Ex-ditador argentino Jorge Videla foi acusado do assassinato do bispo Enrique angelelli em 1976. O regime ditatorial de então atribuiu a morte a um acidente de trânsito
Ex-ditador argentino Jorge Videla foi acusado do assassinato do bispo Enrique angelelli em 1976. O regime ditatorial de então atribuiu a morte a um acidente de trânsitoO juiz federal Daniel Herrera Piedrabuena, da província de La Rioja, no noroeste da argentina, onde o prelado exercia o seu ministério episcopal e onde foi assassinado aos 53 anos, ditou a sentença de condenação do antigo ditador, entre 1976 e 1981. Já condenado à prisão perpétua por outros crimes contra os direitos humanos, Jorge Videla, de 86 anos, terá que responder por associação criminosa, pelo que viu embargados bens no valor de 300. 000 pesos (à volta de 50 mil euros).com ele, foram acusados dos mesmos crimes, os ex-generais Luciano Menéndez (84 anos) e albano Harguindeguy (84), ministro do Interior, de então.

O bispo angelelli pagou com a própria vida por ter denunciado vários assassinatos e ter-se manifestado contra a repressão de movimentos sociais. a sua morte ocorreu a 4 de agosto de 1976, num acidente que deixara grandes dúvidas. Segundo a versão da ditadura, o prelado teria perdido o controle da viatura que conduzia, numa estrada da província de La Rioja. Enrique angelelli regressava a casa de uma homenagem aos sacerdotes Gabriel Longueville (francês) e Carlos Murias (argentino), sequestrados, torturados e fuzilados duas semanas antes em La Rioja. Uma investigação policial chegou a ser arquivada, nesse ano, pela justiça provincial”, lembrou o Centro de Informação Judicial, em comunicado.

Em 1984, a Justiça conseguiu provas do crime. as averiguações conduziram à conclusão que um carro abalroou a viatura conduzida pelo bispo. angelelli foi retirado do carro, agredido na nuca e o seu corpo foi arrastado para o meio da estrada, onde ficou estendido, em forma de cruz.