“O Senhor nos dará a felicidade, e a nossa terra produzirá o seu fruto”, ensina-nos o Cântico da Comunhão da missa do primeiro domingo de advento
“O Senhor nos dará a felicidade, e a nossa terra produzirá o seu fruto”, ensina-nos o Cântico da Comunhão da missa do primeiro domingo de adventoPensemos numa mulher que espera o nascimento do seu filhinho daqui a poucos meses. Não é fácil entrarmos no seu coração e na sua mente, e compreendermos o que neles se passa. a expectativa acerca de como vai ser a sua criança: beleza, saúde, temperamento; ausência de complicações para a mãe e para o filho; a satisfação insuperável de ser mãe; nove meses a alimentar dentro de si o seu amorzinho de criança; a influência psicológica que, como mãe, tem sobre a sua criaturazinha; a preparação mesmo material de tantas coisas para quando chegar o seu bebezinho: um mundo de sentimentos que ninguém mais pode compreender senão ela.
Estamos no advento a prepararmo-nos para o Natal. Um Menino nasce para nós, um Filho nos é dado, cantou o profeta Isaías, mais de 700 anos antes de Cristo (Is 1, 5). Daqui a um mês vai nascer, liturgicamente, aquele Filho que nos foi dado pela Trindade Santíssima. É o Messias que vem à terra para atrair todos a si mesmo, como ele próprio afirmou (João 12, 32), aquele que vem para trazer a salvação. Viver em cristão neste tempo quer dizer viver na expectativa-preparação do nascimento para nós do Menino Deus. Quer dizer procurarmos viver o advento na maneira como o viveu a Virgem Maria. Significa preparar no nosso coração um ninho fofo de virtudes para ele. Passar este mês como se fosse uma vigília em que se espera algo de muito importante. Quer dizer pensar muito nesse Senhor que vai nascer, tal como uma mãe, que espera o nascimento dum filho, pensa nele sem cessar. Vigiarmos espiritualmente para não esquecermos nada. Não nos distrairmos para não descurarmos a nossa preparação: Felizes aqueles que, ao chegar, o seu Senhor os encontrar vigilantes, lemos em São Lucas 12, 35-37.
a vigilância leva a uma conversão contínua e segura. Não podemos não viver os outros acontecimentos da nossa vida de cada dia, mas seria bom olhar para eles em chave de advento-preparação para o Natal. Maria esperava o Natal exercitando a fé, isto é, aceitando o que Deus lhe dissera por meio do anjo, na esperança de melhores tempos para a humanidade com a vinda do Messias e na caridade, como fez na ajuda que deu a sua prima Isabel. Não é preciso procurar mais longe qual deve ser o nosso comportamento durante o advento: a Virgem Mãe no-lo ensina.