Uma carta do bispo antónio Baseotto ao ministro da saúde gera polémica e leva o governo a tomar medidas drásticas. O Vaticano reage e alerta para o respeito da liberdade religiosa.
Uma carta do bispo antónio Baseotto ao ministro da saúde gera polémica e leva o governo a tomar medidas drásticas. O Vaticano reage e alerta para o respeito da liberdade religiosa. Se tomar medidas contra o bispo antónio Baseotto, que criticou o ministro da saúde, a argentina pode estar a violar a liberdade religiosa, alerta o porta-voz do Vaticano, Joaquí­n Navarro Valls, em resposta às acções decidias pelo presidente argentino contra o prelado.

O governo terá publicado um decreto, onde retira o seu apoio ao bispo, assim como o salário. Deste modo desautoriza o bispo antónio Baseotto. O ministério dos negócios estrangeiros anunciou que apresentará a sua posição oficial ao Vaticano hoje, 21 de Março.

“O bispo foi escolhido legitimamente pela Santa Sé, de acordo com as normas do direito canónico e a concordata actual. Impedi-lo de exercer o seu ministério pastoral é uma violação da liberdade religiosa e da concordata”, refere o comunicado do Vaticano.

Segundo a agência ZENIT, a controvérsia começou em 14 de Fevereiro. O ministro da saúde declarou-se a favor do aborto e o bispo antónio Baseotto escreveu-lhe uma carta, onde o advertia que poderia ser considerado culpado de promover o aborto. O ministro terá autorizado a distribuição de drogas abortivas.

Na sua carta, o bispo referia-se também ao facto de o ministro ter distribuí­do preservativos a adolescentes. E lembrava-lhe a frase do Evangelho: “Se alguém escandalizar um destes pequeninos, melhor seria que lhe atassem uma mó de moinho ao pescoço e o lançassem ao mar” (Mc. 9:42).

a citação teve diversas interpretações. alguns jornalistas até a ligaram aos chamados voos da morte, prática atribuí­da ao exército argentino nos anos 70.

O ministro reagiu, descrevendo o bispo, de 72 anos, como “um mentiroso escudado pela Igreja”. E sugeriu que ele tinha “ligações com a última ditadura militar”.

O cardeal Renato Martini, presidente do conselho Pontifício para a Justiça e a Paz, e o cardeal alfonso Lopes Trujillo, presidente do conselho Pontifício para a família, apoiaram a carta escrita pelo bispo antónio Baseotto.