líder birmanesa foi libertada há um ano. Pequenas mudanças do regime autoritário deste país do Sudeste asiático revelam sinais claros de transformações em curso
líder birmanesa foi libertada há um ano. Pequenas mudanças do regime autoritário deste país do Sudeste asiático revelam sinais claros de transformações em cursoJá se conseguem comprar na rua fotografias da activista aung Suu Kyi, líder do movimento democrático de Mianmar, sem correr o risco de ser preso. Desde que a Nobel da Paz foi libertada da sua prisão domiciliária de sete anos e meio, o governo do ex-general Thein Sein, em pouco tempo, tem vindo a tomar pequenas medidas que suavizam a dureza do antigo regime da Junta Militar. O chefe do executivo já iniciou o diálogo com Suu Kyi.

Em agosto passado, Thein Sein convidou a activista para um diálogo, cujo convite ela aceitou, numa atitude diferente que assumira com o seu antecessor e chefe da Junta, Than Shwe. Suu Kyi está convencida que o desejo do actual presidente de avançar no caminho das reformas é sincero. Em sete meses à frente do governo, o ex-general, que foi membro da cúpula Junta Militar que regeu Mianmar durante duas décadas, já deu sinais de querer diálogar com o movimento de oposição liderado por Suu Kyi. Ela é um símbolo do nosso futuro porque pode mostrar ao governo o caminho correcto que devem tomar, declarou um vendedor de livros que gostaria de ver a activista à frente do país.

Suu Kyi já mostrou o seu agrado pela nova lei dos partidos políticos, aprovada recentemente pelo governo, que torna possível a legalização da Liga Nacional para a Democracia (LND), de Suu Kyi, que deverá inscrever o partido para as eleições de 2012. Uma das três cláusulas eliminadas impedia a líder birmanesa, assim como outros milhares de activistas da oposição ao regime militar, de estarà frente do partido. a LND ganhou as eleições de 1990 e boicotou as de Novembro de 2010, tidas como uma farsa por diversos governos do ocidente e pelas Nações Unidas. O partido governamental de Thein Sein, que desempenhava o cargo de primeiro-ministro da Junta, foi o vencedor.

Os activistas da oposição birmanesa reclamam um regime verdadeiramente democrático. Em Mianmar, não se registou nenhum avanço democrático em várias décadas e, por enquanto, qualquer gesto neste sentido parece um grande progresso, declarou o dissidente Naing Ko, exilado na Tailândia e membro da organização Campanha por Mianmar. O melhor que o governo fez foi libertar centenas de presos políticos. Os cépticos, dentre eles os milhares de exilados que o governo convidou a regressar ao país, não acreditam no governo. afirmam que se trata de propaganda para a comunidade internacional, afim de conseguir a suspensão das sanções económicas que gravam sobre o país.