No primeiro painel do Congresso da associação de Imprensa de Inspiração Cristã, «análises», profissionais da imprensa regional apresentaram as suas experiências e a sua visão sobre os novos rumos da comunicação
No primeiro painel do Congresso da associação de Imprensa de Inspiração Cristã, «análises», profissionais da imprensa regional apresentaram as suas experiências e a sua visão sobre os novos rumos da comunicaçãoLuísa Ribeiro, do Diário do Minho, foi a moderadora. O título é «pertinente mas incómodo, começou por dizer sobre o tema do encontro «Reinventar ou fechar jornais?. Há quem queira fazer de conta que nada se passa, mas a crise está aí, é uma realidade, advertiu. O mundo da comunicação não está a mudar, já mudou, acrescentou. E portanto: «O que fazer?

alexandre Manuel, jornalista e professor universitário, apresentou as conclusões de uma «leitura sociológica da imprensa regional de inspiração cristã. Em termos de audiência, ocupa uma posição «com algum significado, sendo os semanários regionais mais lidos em quatro distritos, indicou. Quase todas as publicações pertencem às dioceses ou estão ligadas a instituições; na sua grande maioria (90 por cento) dirigidas por padres. Mais de 80 por cento são vendidas por assinatura. Nas redacções, os homens estão em larga maioria (70 por cento), sendo grande parte dos profissionais licenciados em jornalismo ou ciências da comunicação.

Durante a sua apresentação, o especialista em sociologia chamou a atenção para a falta de qualidade das fotografias, para a escolha de títulos pouco apelativos e para o uso de uma linguagem pouco acessível. «Muitos jornais estão mais tentados a falar para os outros do que com os outros, alertou.

Pedro Jerónimo, do Observatório Ciberjornalismo, foi outro dos intervenientes. O ex-jornalista do Mensageiro lembrou aos participantes que o público, actualmente, já tem acesso a ferramentas de comunicação que lhes permitem transmitir informações. as câmaras dos telemóveis, as redes sociais são alguns exemplos. Constata que as publicações impressas estão a diminuir um pouco por todo o mundo. Contudo, os jornais ainda estão muito agarrados ao papel, em parte devido à publicidade, alertou. « a potencialidade da internet é pouco aproveitada, considera. Observou ainda que há poucos recursos nas redacções regionais, pouco funcionários.como tal, considera que é necessário «investir nas pessoas, na formação e dedicação dos profissionais.

Em jeito de conclusão, Luís Miguel Ferraz, chefe de redacção do Mensageiro, assinalou algumas questões, fruto da sua análise pessoal. alertou para a eventual «incapacidade de sair da realidade actual. «Porque não houve mudança, questiona-se. aponta dois caminhos: viabilizar os meios de comunicação ou assumi-los como um investimento. «É difícil tomar decisões nesta área, deduz, mas lembra: «Não se pode arrastar a decisão por muito mais tempo.