O arquipélago africano é considerado o sétimo país do mundo mais vulnerável aos efeitos das alterações climáticas. Prevê-se uma subida do nível dos mares, um factor de risco tendo em conta que 80 por cento da população está concentrada na orla costeira
O arquipélago africano é considerado o sétimo país do mundo mais vulnerável aos efeitos das alterações climáticas. Prevê-se uma subida do nível dos mares, um factor de risco tendo em conta que 80 por cento da população está concentrada na orla costeira

Um relatório sobre a temática, apresentados estes dias na capital, Praia, aponta para o arquipélago como um país extremamente vulnerável às mudanças do clima, em particular no sector da agricultura. O assunto já tinha sido abordado recentemente pelo governo. Estudos oficiais colocam Cabo Verde em sétima lugar na vulnerabilidade às alterações climáticas. Os motivos assinalados são a localização subsariana, assim como as características morfológicas e geológicas das nove ilhas que constituem o arquipélago, adianta a agência Panapress. O relatório antecipa-se ao encontro sobre o clima, que deverá ocorrer entre o 28 de Novembro e 9 de Dezembro, em Durban, na África do Sul.

O director-geral do ambiente, Moisés Borges, apontou para a variabilidade do clima e para as limitações existentes no uso dos recursos naturais, como a água e os solos, como as principais fontes de vulnerabilidade do país. O responsável considera que a legislação é fundamental nesta questão, pois, pode combater más práticas que reforçam o problema, como a apanha de areia das praias para a construção civil. «Cabo Verde não poderá continuar ao lado do debate mundial sobre a questão das alterações climáticas, sendo que o país, globalmente, e as nossas cidades, em particular, maioritariamente ribeirinhas com assentos em encostas e ribeiras devem preparar-se para enfrentar os efeitos nefastos das mudanças climáticas, advertiu, recentemente, a ministra do ambiente, Habitação e Ordenamento do Território, Sara Lopes, segundo a Panapress.

as previsões futuras são a subida do nível do mar, entre 20 e 60 centímetros, uma diminuição da precipitação em cerca de 40 por cento, nomeadamente entre Setembro e Novembro, um aumento do tempo seco e uma tendência para acontecimentos climáticos extremos. 80 por cento da população está concentrada na orla costeira; em muitos casos a localização pode representar um perigo para a segurança das pessoas. atendendo a este cenário torna-se necessário agir em vários âmbitos: sensibilizar a população para a ocupação desadequada do território e apostar na investigação, entre outras coisas.