Parece que não temos escolha para os próximos anos, dado a situação existente no país. O caminho só tem uma via: seremos pobres ou muito pobres, mas ainda está ao nosso alcance inverter o rumo
Parece que não temos escolha para os próximos anos, dado a situação existente no país. O caminho só tem uma via: seremos pobres ou muito pobres, mas ainda está ao nosso alcance inverter o rumoantónio Barreto, conhecido sociólogo, asseverou esta semana na IV Conferência Internacional do Funchal que se Portugal sair da União Europeia terá que percorrer “um longuíssimo período de pobreza, de isolamento e, talvez, de menor liberdade”. a afirmação foi produzida no contexto “Um rumo para Portugal”, tema da conferência organizada pela Câmara do Funchal e que terminou este sábado. Na sua dissertação, o sociólogo declarou que “um rumo para um país não é coisa para um homem só, é coisa para um povo, acrescentando que é necessário haver “um clima de maior confiança entre os seus dirigentes e os cidadãos e, sobretudo, de informação, de discussão e de debate”.
Este sociólogo que, enquanto político, foi ministro do I Governo Constitucional, dispõe de uma vasta experiência na área científica social e conhece bem a vertente das políticas sociais dos sucessivos Governos no nosso país. Não é por acaso que diz: “O futuro depende de cada um de nós, das nossas decisões de todos os dias e, nesse sentido, apelou «aos dirigentes políticos e económicos para se desdobrarem em informação à população para que a população, sabendo mais, possa continuar, sem receio, do futuro e ter um estímulo em participar”. O segredo, se é que existe, está na compreensão e aceitação das pessoas para as medidas que serão penosas para todos nós.

Mas torna-se interessante constatar a opinião de antónio Barreto quanto à União Europeia (UE) que temos: “Entendo que a actual União Europeia foi longe demais, não prestou suficiente atenção aos cidadãos, acreditou no mito de que havia uma cidadania europeia, não há cidadania europeia, as sociedades, os povos não estão suficientemente ligados uns aos outros”. À guisa de conclusão, foi ainda mais contundente: “Nos próximos anos vamos refazer ou repensar a União Europeia noutros moldes, conforme está não dura muito tempo”. as suas palavras reflectem a imagem de uma UE que perdeu o rumo mais correcto para os seus cidadãos, especialmente os mais desprotegidos.

após a análise do sociólogo português, vamos atentar nas declarações efectuadas ontem pela chanceler alemã, angela Merkel, vaticinando que a zona do euro vai demorar uma década para ficar em melhor condição financeira. Por outras palavras, isso quer dizer que os países europeus terão medidas muito duras e penalizantes para este período de tempo, não havendo certezas em relação a um relançamento das economias da Europa. “Quase todos os países europeus gastaram mais durante os anos do que ganharam,” disse a responsável do Governo da alemanha, tentando justificar o rigor que agora é imposto aos países membros da UE. Perante este tipo de afirmação, ousamos perguntar: não fundaram a UE para que os povos tivessem melhores condições? as consequências desta falha não é dos povos europeus, mas sim dos seus dirigentes, porque não o assumem?