Professores do ensino básico e secundário da Guiné-Bissau iniciaram, a 3 de Novembro, uma greve de quase mês e meio. Reivindicam o pagamento de salários e a entrada em vigor do estatuto da carreira docente
Professores do ensino básico e secundário da Guiné-Bissau iniciaram, a 3 de Novembro, uma greve de quase mês e meio. Reivindicam o pagamento de salários e a entrada em vigor do estatuto da carreira docente a manter-se até 15 de Dezembro, a greve já iniciada pelos professores guineenses deixará os alunos das escolas públicas do país, excepto os alunos das escolas do ensino superior, sem aulas este ano. Logo terminada a greve, têm início as férias de Natal. Segundo o presidente do sindicato SINaPROF – Sindicato Nacional dos Professores – Luís Nancassa, a manutenção da greve de um mês e meio depende do governo satisfazer ou não as reivindicações da classe. Se o governo quiser que haja aulas tem de cumprir as suas obrigações. O sindicato assinou um acordo com o governo que este não cumpriu.

Os professores que estiveram doentes e que voltaram a trabalhar estão sem receber os ordenados. Muitos desde Outubro do ano passado que voltaram para as aulas e continuaram a leccionar, mas não estão a auferir salário, explicou o presidente do SINaPROF. É o caso de uma professora que, depois de dois meses de licença de parto, voltou a dar aulas, mas continua na lista de professores doentes. Os professores reivindicam a aplicação do diploma da carreira docente, já aprovado e promulgado e que entrou em vigor em abril deste ano, mas que o governo não aplica. E querem ainda a efectivação de 807 professores, constantes de uma lista publicada pelo próprio governo. Os professores entregaram todo os processos, que foram devolvidos pelo Ministério das Finanças, alegando de que não tinha cabimento orçamental para poder informatizar os dados.

Há ainda o caso de 305 professores que entraram sem formação pedagógica, mas que a fizeram mais tarde. Por lei, deveriam deixar de receber o antigo salário, entre 44 a 64 euros, e passar a receber no mínimo 116 euros. O total de professores englobados no aviso de greve é superior a cinco mil. Segundo Luís Nancassa, até agora o governo não contactou o SINaPROF para retomar as negociações.