“assim como Cristo ressuscitou, assim também em Cristo todos serão restituí­dos à vida”, cantam os fiéis cristãos no cântico de entrada da celebração eucarística dos Fiéis Defuntos
“assim como Cristo ressuscitou, assim também em Cristo todos serão restituí­dos à vida”, cantam os fiéis cristãos no cântico de entrada da celebração eucarística dos Fiéis DefuntosCelebramos a 2 de Novembro, a comemoração de todos os Fiéis Defuntos. Por um lado, é triste trazer à mente e ao coração aqueles e aquelas que foram parte da nossa vida, que amámos e nos deram o seu amor, ou que simplesmente foram nossos colegas, e já deixaram a nossa vida. Por outro lado, para os que têm fé, é o dia da memória daqueles que um dia encontraremos e com quem viveremos para sempre na Casa do Pai. Por vezes, não é fácil pôr a morte na sua justa perspectiva.

Para muitos a morte é a destruição total. É o fim de tudo. Para o cristão, a definição da morte encontra-se na Palavra de Deus e nas verdades que dela nos disse Cristo. Depois da Última Ceia, naquela longa conversa com os seus apóstolos, disse Jesus a um dado momento: Eu estava com o Pai e vim ao mundo. agora deixo o mundo e volto para o Pai (João 16, 28). É esta a melhor definição de morte. Todos tivemos início em Deus, foi o amor de Deus que decidiu a nossa existência: Em Deus começámos. Pela morte, a Ele voltamos, para ficarmos sempre com Ele e com todos os santos. No Céu, Deus enxugará todas as lágrimas; e não haverá mais morte, nem pranto, nem dor (apocalipse 21,4). E todo o nosso ser glorioso estará cheio da luz da divindade. É isso que fará a nossa felicidade.

Dia da Memoria. Não é simplesmente o dia em que se vai ao cemitério levar um ramalhete de flores, chorar mesmo uma lágrima sentida pela ausência dos nossos entes queridos. Dois de Novembro, dia da fé. Na minha própria carne verei a Deus, os meus olhos e não outros o hão-de contemplar, dizia Job (19, 26-27). Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu hei-de ressuscitá-lo no último dia, diz-nos o próprio Jesus Cristo (João 6,54). a fé é um dom que alimentamos e guardamos com toda a nossa essência. Não somos daqueles que andam tristes como os outros que não têm esperança (1 Tessal 4, 13). Mesmo as grandes dificuldades que encontramos nesta vida terão um fim. Dizia Santo antónio de Lisboa: a morte do homem virtuoso é como a aurora que anuncia o fim da noite e o início do dia. Cantamos no aleluia da missa: Bendito sejais, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque revelastes aos humildes os mistérios do Reino.