Teresa Correia de Pinho, da Verbum Dei, explica como foi sentir o despertar da vocação religiosa num ambiente académico «muito formal». aos jovens lança o desafio de «seguirem a sua voz mais profunda»
Teresa Correia de Pinho, da Verbum Dei, explica como foi sentir o despertar da vocação religiosa num ambiente académico «muito formal». aos jovens lança o desafio de «seguirem a sua voz mais profunda»«Confesso que sempre vivi a minha vocação de uma maneira muito discreta primeiro pela questão familiar porque não tive a aprovação nem o apoio da família. Os meus pais tinham uma fé um pouco tradicional, os meus irmãos [somos cinco. Eu sou a mais nova] são ateus, agnósticos, explicou à Fátima Missionária, no final de uma conferência sobre o despertar vocacional durante o Fórum das Vocações, que decorreu em Fátima.

Sobre a Universidade da aveiro, onde se formou lembra: «O ambiente era muito formal. Em engenharia electrónica era muito rapazes, um ambiente muito marcado pela tecnologia, portanto eu também o vivi de uma maneira muito serena, muito discreta, apesar de depois perceber que alguma coisa passava para fora. E acrescenta: «acho que passava uma alegria diferente, uma preocupação diferente, alguma serenidade em momentos de tensão académica.

Teresa Correia de Pinho lembra em particular a conclusão do curso, quando recebeu um convite de trabalho do seu departamento e recusou sem dizer porquê. Explicou ter outra proposta mas foi ela que ficou surpreendida: «ai abri-me claramente com os meus orientadores. Disse que a minha opção de vida era missionária. Nesse dia, fiquei com o meu orientador, cerca de uma hora, a falar no gabinete sobre Deus. Uma das coisas que me disse foi: Teresa porque não falou antes?. admite: «Percebi que havia mais abertura do que eu pensava. Externamente o ambiente era muito formal mas, no fundo, todos somos de carne e osso. «Pessoas iguais com a mesma sede de infinito, esclarece.

Tinha grandes amigos que sabiam da sua opção. Sorrindo, lembra um colega de tese que passou os últimos meses do curso a perguntar-lhe: «Teresa, mas tu tens a certeza?. Recorda que houve «reacções de todo o género e «muita resistência de algumas pessoas, entre os amigos e a família.

«aos jovens, o grande conselho que dou é a firmeza. O não desistir face ao primeiro não, afirma, constatando que há pouca consistência nos jovens para enfrentarem os pais quando esses não aprovam a opção deles. «Eu também passei por isso e é uma grande dificuldade. Mas tenho a certeza absoluta que se eu seguisse o que eram os conselhos dos meus pais, para mim, não teria acertado no alvo, não seria plenamente feliz ou tão feliz como sou hoje, assegura. «E nesse sentido, lanço o desafio, a provocação aos jovens de seguirem a sua voz mais profunda, com ou sem o apoio de quem seja, porque é isso que os vai realizar plenamente.