«Quero no mundo o lugar que me corresponde» é o apelo feito pelas mulheres de Honduras através de uma campanha, lançada recentemente, em Tegucigalpa, capital do país
«Quero no mundo o lugar que me corresponde» é o apelo feito pelas mulheres de Honduras através de uma campanha, lançada recentemente, em Tegucigalpa, capital do país a iniciativa pretende «denunciar a injustiça e o empobrecimento das mulheres nas mãos dos múltiplos sistemas de dominação, do patriarcado, do capitalismo, do racismo e do sexismo. Membros do Centro de Estudos da Mulher – Honduras (CEM-H) chamam a atenção para a situação das hondurenhas, em particular depois do golpe de Estado, em Junho de 2009.

a entidade, promotora da campanha, citada pela agência adital, aponta para o aumento do número de feminicídios (assassínio sexista de mulheres). Segundo a mesma, Honduras registou 210 casos, nos primeiros setes meses de 2011; 81 por cento dos crimes foram praticados com recurso a armas de fogo. Em 70 por cento, os autores permanecem impunes. alertam ainda para o aumento das violações dos direitos das mulheres perpetradas por agentes da autoridade. agressões físicas, violações sexuais, detenções ilegais são alguns exemplos.

«Em condições de discriminação e desigualdade histórica, as mulheres com seu trabalho sustentam a economia deste país, representando a sua contribuição mais da metade do trabalho social total, pago e não-pago, indicam as participantes da campanha. São também elas que «contribuem com maior quantidade de horas de trabalho voluntário nas comunidades. Especialmente entre as mais pobres, maior é a carga de trabalho, indica a mesma fonte.

a taxa de desemprego entre as mulheres duplicou nos últimos anos. Entre os homens, apenas se registou uma pequena queda. «as mulheres seguem sendo o grosso do sector laboral informal, o que as priva de todos os benefícios sociais e as expõe continuamente a riscos pelas condições de insegurança em que trabalham. as desigualdades também estão presentes no sector agrário, sendo difícil o acesso à terra. «De 1. 487 títulos de propriedade independente emitidos em 2010 pela instituição de governo, unicamente um terço foi dirigido a mulheres.