“O Senhor me apontará o caminho da vida; a seu lado, viverei na plenitude da alegria”, canta o refrão do cântico da Comunhão
“O Senhor me apontará o caminho da vida; a seu lado, viverei na plenitude da alegria”, canta o refrão do cântico da ComunhãoDizia a filósofo S. Kierkegaard que todos os seres humanos são hipócritas de nascimento. O cristão deveria ser a pessoa que Deus esvaziou de toda a hipocrisia. Quanto a nós, será talvez mister admitirmos que todos temos o nosso toquezito de hipocrisia. Quer dizer que nem sempre somos aquilo que parecemos ser. afinal, como dizia um nosso grande poeta, Fernando Pessoa: Ser, dói!. Na primeira leitura do 31º Domingo comum, tirada do Livro do Profeta Malaquias, Deus interpela os sacerdotes israelitas do pós-amílcar babilonense, por terem abandonado o bom caminho e feito tropeçar um grande número de pessoas. No evangelho Jesus continua no mesmo tom de voz ao apostrofar os fariseus por fazerem todas as suas obras para serem vistos. ambos os trechos se referem, não só aos sacerdotes do tempo de Malaquias e aos fariseus do tempo de Jesus, mas a todos nós, especialmente aos que têm o dever de ensinar os caminhos de Deus ao seu povo. Os problemas de que sofre também a Igreja, nos nossos dias, vêm em geral do interior, mormente de ensinamentos contrários à doutrina que é a grande riqueza de todos os que se orgulham de pertencer à Esposa de Cristo, a Igreja. Ser fiel não é sempre fácil. Mas aos que ensinam o erro, até as suas bênçãos se tornarão em maldições, diz-nos Malaquias na primeira leitura.

Na segunda leitura, São Paulo apresenta-se a si próprio como exemplo de apóstolo e de cristão. Confessa que o seu amor é tão grande pelos seus cristãos que desejaria partilhar com eles não só o evangelho, mas mesmo a sua própria vida. Das palavras de São Paulo sobressai claramente que a Palavra de Deus não é qualquer coisa que se aceita numa reacção momentânea. E pronto, já está! É preciso torná-la fermento, fazer com que ela penetre toda a nossa maneira de ser e condicione todo o nosso pensamento e o nosso comportamento. Para Cristo, no evangelho, a autoridade não deve ser um agente de submissão, mas um serviço que se dá aos outros em nome de Deus e para bem deles. Ensinar pelo bom exemplo e pela palavra, eis o ideal do «superior cristão. Peçamos também ao Senhor uma grande capacidade de bem digerir a sua Palavra para que ela se torne carne da nossa carne e sangue da nossa vida.