Perante 115 movimentos eclesiais do mundo, reunidos em Roma num encontro sobre Nova Evangelização, Bento XVI anunciou a celebração de um «ano da Fé»
Perante 115 movimentos eclesiais do mundo, reunidos em Roma num encontro sobre Nova Evangelização, Bento XVI anunciou a celebração de um «ano da Fé»O evento deverá iniciar a 11 de Outubro de 2012, por ocasião do cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II, e prolongar-se até 24 de Novembro de 2013, festa de Cristo Rei. Será um momento de graça e de empenho para uma cada vez mais plena conversão a Deus, para reforçar a nossa fé e para anunciá-lO com alegria ao homem do nosso tempo, explicou o Papa. O cristão não pode nunca pensar que crer seja um facto privado.com efeito, a fé implica um testemunho e um compromisso públicos, escreve Bento XVI na carta apostólica a porta da Fé, com a qual cria o ano da Fé. O Papa lembra a responsabilidade social da fé, apontando a Igreja primitiva como modelo: No dia de Pentecostes, a Igreja manifesta, com toda a clareza, esta dimensão pública do crer e do anunciar a própria fé, sem temor, a toda a gente. É o dom do Espírito Santo que prepara para a missão e fortalece o nosso testemunho, tornando-o franco e corajoso.
Nos tempos actuais de crise, o mundo tem particular necessidade do testemunho credível de quantos, iluminados na mente e no coração pela Palavra do Senhor, são capazes de abrir o coração e a mente de muitos outros ao desejo de Deus e da vida verdadeira, aquela que não tem fim. Hoje, cada vez mais, grandes sectores da sociedade vão perdendo as referências cristãs, devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas. O Papa lembra que, no nosso contexto cultural, há muitas pessoas que, embora não reconhecendo em si mesmas o dom da fé, todavia vivem uma busca sincera do sentido último e da verdade definitiva acerca da sua existência e do mundo.
Por estas e outras razões, entendeu Bento XVI convocar o ano da Fé,desafiando-nos para a aventura de cruzar a soleira da porta da fé e percorrer um caminho que dura a vida inteira. O que se pede aos cristãos é de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo. Em jeito de aviso, o Papa lembra: Não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida, como se lê em São Mateus.
Passados 50 anos, o Concílio Vaticano II mantém a sua actualidade, como recordou João Paulo II, no início do terceiro milénio: Os textos dos padres conciliares não perdem o seu valor nem a sua beleza. É necessário fazê-los ler de forma tal que possam ser conhecidos e assimilados como textos qualificados e normativos. E mais adiante: É uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa. Bento XVI lembra quanto afirmou no início do seu pontificado: O Concílio pode tornar-se cada vez mais uma grande força para a renovação sempre necessária da Igreja. Esta renovação passa pela alegria e entusiasmo de homens e mulheres de todas as idades serem cristãos na família, na profissão, na vida pública, no exercício dos carismas e ministérios a que foram chamados. É um programa de vida que exige dedicação e entrega. Mas sobretudo implica uma caminhada apoiada numa catequese de adultos sólida, condição fundamental para alcançar os objectivos do ano da Fé.