Estamos perante uma nova viragem com a “erosão” do projecto europeu, a queda do peso do dólar como moeda de referência, a “corrida às armas” da Ásia e a “decrepitude” das Nações Unidas, segundo o historiador britânico Paul Kennedy
Estamos perante uma nova viragem com a “erosão” do projecto europeu, a queda do peso do dólar como moeda de referência, a “corrida às armas” da Ásia e a “decrepitude” das Nações Unidas, segundo o historiador britânico Paul Kennedy a análise é apresentada no jornal norte-americano «The New York Times, sob o título: ascensão e queda das grandes potências. No seu texto, Paul Kennedy apresenta quatro mudanças que revelam um mundo inquieto: a inexistência de uma só moeda de referência, a erosão e o marasmo da União Europeia, a enorme corrida às armas da Ásia e a crescente decrepitude das Nações Unidas, em particular do Conselho de Segurança, refere a agência Lusa.
O docente da Universidade de Yale estará em Lisboa, em Novembro, na conferência sobre as tendências internacionais e a posição de Portugal, organizada pela Universidade autónoma de Lisboa. Poderá então explicar que a erosão e o marasmo da Europa unida, sonhada por Jean Monnet e Robert Schuman, deriva do esvaziamento das instituições, gerado pela incompatibilidade entre a moeda única e as descontroladas divergências das políticas fiscais.

a alemanha e a Grécia, com os seus orçamentos diametralmente opostos, não podem, segundo Paul Kennedy, caminhar juntas em direção a uma Europa unida. Mas ninguém parece ter uma resposta para esta dicotomia, escreve Paul Kennedy. ao mesmo tempo, a Ásia avança para o centro do palco, ao passo que a Europa torna-se um coro distante. O professor de História e director do Departamento de Estudos de Segurança Internacional da Universidade de Yale, observa que a Europa assemelha-se militarmente a uma polícia local, ao passo que a Ásia, em especial a China, aposta no desenvolvimento de navios de águas profundas, na construção de bases militares, na aquisição de aviões mais sofisticados e em ensaios de mísseis de longo alcance.

Paul Kennedy critica, por último, o entorpecimento do Conselho de Segurança das Nações Unidas perante a ameaça de um veto. De acordo com o professor, o papel das Nações Unidas torna-se irrelevante, quando a China e a Rússia rejeitam qualquer medida que impeça o regime do presidente sírio de matar civis ou quando os Estados Unidos vetam qualquer resolução para proibir Israel de avançar sobre território palestiniano.