Depois da queda dos talibãs, o número de meninas escolarizadas aumentou gradualmente. Diferenças entre os géneros, insegurança e falta de material são alguns obstáculos na educação das raparigas afegãs
Depois da queda dos talibãs, o número de meninas escolarizadas aumentou gradualmente. Diferenças entre os géneros, insegurança e falta de material são alguns obstáculos na educação das raparigas afegãsactualmente, perto de 2,7 milhões de raparigas vão à escola no afeganistão, isto é, 480 vezes mais do que em 2001, ano da queda dos talibãs. Os avanços são encorajadores, mas, permanecem muitos obstáculos na educação das afegãs, alerta a organização internacional, Oxfam. Desses destacam-se a qualidade muito variável da educação, estruturas precárias e o facto de cerca de meio milhão de alunas não irem às aulas com regularidade. a organização apela ao governo afegão e aos doadores internacionais para que melhorem as condições de ensino das meninas afegãs.

a entidade apresenta alguns factores que funcionam como barreiras. a cultura é um desses elementos. «as pessoas tratam os rapazes e as raparigas de forma diferente. as famílias não vêm inconvenientes na educação dos rapazes mas mostram-se relutantes em enviar as suas filhas para a escola, explica Meena amiri, jovem de 17 anos. Nafeesa Ghyasi, directora de um liceu para raparigas no norte do afeganistão, aponta dois outros factores. «O primeiro é a insegurança. São poucos os lugares pacíficos onde as raparigas podem ir com facilidade à escola. O segundo é a falta de escolas, de livros, cadeiras, mesas, e de professores qualificados. Por estes motivos o caminho da escola está muitas vezes barrado às raparigas, explica a mulher de 56 anos.