« a Igreja foi sempre promotora e pioneira duma arte como expressão da fé e interpelação à capacidade de encontro do divino nas expressões de beleza»
« a Igreja foi sempre promotora e pioneira duma arte como expressão da fé e interpelação à capacidade de encontro do divino nas expressões de beleza»O arcebispo primaz de Braga defendeu que a Igreja «deve colocar nas suas prioridades a elaboração dum autêntico projecto cultural que, entre outros desafios, implique a capacidade de reconhecer que a fé aceitou e promoveu uma autêntica incarnação, em variadas dimensões, através dos tempos. O prelado falava na abertura das Jornadas sobre o Património, sob o tema: «Património e Igreja: conhecer e fruir.

a Igreja encontra-se actualmente num momento «presente histórico inédito e desafiante e «não pode esquecer o elenco constitutivo da sua essência que é a tradição. Conhecer o «património para consciencializar-se da riqueza interpelativa que encerra, pode ser um elemento estruturante dum projecto cultural que a Igreja em Portugal deve possuir. Isto porque «conhecer pode significar recrear e recrear-se, salienta o arcebispo.

Esta aposta no conhecimento do património implica a continuação na aposta dos Inventários. « a comunidade deve conhecer – insisto no verbo – o que lhe pertence. Só o inventário permitirá que a comunidade não se prejudique através de roubos ou mesmo de oportunismos de pessoas, que enganam com demasiada facilidade sacerdotes e membros dos Conselhos Económicos. , refere o prelado. a responsabilidade consiste em conhecer o património, para o poder preservar. «E é uma grande falta de respeito ignorar esse património local, fruto do suor, das lágrimas e dos sacrifícios dos nossos antepassados na fé, assinala.

Muito do património «já está devidamente ordenado em condições que nos dignificam. Mas no que diz respeito aos museus, «o português não os considera essenciais e merecedores de uma visita a ocupar parte do seu tempo livre para se enriquecer, aponta Jorge Ortiga. Por isso «manter um museu aberto é uma sobrecarga económica que exige muita ginástica financeira, comenta. E a «hipótese de os fechar não pode ser colocada de lado, adverte.