as críticas e reacções às medidas anunciadas pelo primeiro-ministro não se fizeram esperar, por parte de alguns bispos portugueses
as críticas e reacções às medidas anunciadas pelo primeiro-ministro não se fizeram esperar, por parte de alguns bispos portuguesesConhecido por bispo vermelho, devido à sua luta pelas causas sociais, o bispo emérito de Setúbal considera que as medidas anunciadas vão fazer «escorrer muito sangue. «Há medidas que nos tocam nas telhas da casa, no automóvel ou nas férias, mas estas entram-nos na casa e na cozinha. Entram-nos no estômago, na saúde, afirma Manuel Martins.

O prelado salienta que «vai rebentar a indignação e as manifestações são «o mínimo que pode acontecer numa situação que «poderá resultar em violência, salientou à agência Lusa. «Não sei se o povo terá forças para ir para a rua, mas muitas coisas graves poderão acontecer, advertiu.

O bispo que denunciou a situação de fome vivida pelo povo da sua diocese de Setúbal, há anos atrás, alerta agora para o maior número de famílias «sem possibilidade alguma de viver que já batem às portas a pedir e outras que vivem com a certeza que o terão de fazer.com as medidas anunciadas pelo Governo, os que passarão fome «não vão ter conta, aponta.

as medidas do Orçamento de Estado para 2012, passam, entre outras, pela eliminação do subsídio de férias e de natal para alguns trabalhadores. Manuel Martins disse que as mesmas vão provocar «uma desgraça muito grande em Portugal. «protelar a dívida, os juros porque «isto vai mesmo rebentar, é uma das medidas sugeridas pelo bispo.

O bispo das Forças armadas já veio questionar as medidas anunciadas por «falta de lucidez. «as pessoas não apresentam provas das realidades das situações, para as quais eu tenho de despejar dos meus bolsos o pouco dinheiro que tenho. Então era um desvio colossal e agora são vários?.

Januário Torgal Ferreira diz-se disposto a colaborar e a colaborar, mas «tenho muito medo que uma tentativa salvacionista se transforme num suicídio. E questiona: «Quem me garante que em Janeiro não existirá um outro desvio colossal, quem sabe inventado, para apanhar mais dinheiro?.

O prelado lamenta que os sucessivos «desvios colossais não sejam explicados nem provados e considera que as medidas agora anunciadas terão «consequências graves perante gente que nunca teve nada, nunca foi respeitada, ainda que seja a boca dos mais vulneráveis, os mais pobres e aflitos.