“Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, diz-nos o refrão do aleluia, do 29º Domingo Comum
“Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, diz-nos o refrão do aleluia, do 29º Domingo ComumÉ interessante! Vem ter com Jesus um grupo de fariseus para lhe fazerem uma pergunta.com voz melíflua, tom suave, hipocrisia escondida, como se não fossem os inimigos figadais de Jesus que eram, armam-Lhe a ratoeira: Mestre, sabemos que és sincero, que ensinas os caminhos de Deus segundo a verdade, sem te deixares influenciar por ninguém, pois não olhas à condição das pessoas. Diz-nos, pois, o teu parecer: É lícito, sim ou não, pagar o tributo a César?. a pergunta parece simples, inócua. Mas, debaixo da sua aparente simplicidade, escorre o veneno da víbora. Diz-nos o evangelho que eles já tinham decidido matar Jesus (Mat 12,14). Que vai responder o Mestre? Segundo pensavam os seus inimigos, se respondia: Sim, é lícito, Cristo seria atacado por todos como traidor, pois todo o judeu que se prezava odiava a presença dos romanos em Israel; se Jesus respondia: Não, não é lícito, seria acusado às autoridades romanas e por elas justiçado como inimigo de César.

Sabendo a maldade dos que fazem a pergunta, Jesus pede-lhes por sua vez: Mostrai-me uma moeda do tributo. Quando lha entregam, Jesus olha para a imagem na moeda e pergunta: De quem é esta imagem e inscrição aqui na moeda? De César, responderam eles. Então, replica Jesus, dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. E o que torna esta farsa dos fariseus ainda mais saborosa é que o autor do evangelho de hoje é Mateus, que tinha sido um cobrador de impostos para os romanos, antes de se tornar apóstolo de Cristo. Quer dizer, com esta resposta de Jesus, «voltou-se o feitiço contra o feiticeiro. E os adversários de Jesus vêem-se obrigados a retirarem-se envergonhados pelo falhanço da sua missão traiçoeira.

Para o evangelista é claro que a missão de Jesus pouco ou nada tem a ver com a ocupação romana. Ele veio ao mundo para pregar a Boa Nova do Reino de Deus, um reino de verdade e de vida, de santidade e de graça, de justiça, de amor e de paz, rezamos no prefácio da festa de Cristo Rei, que se celebra no último domingo do ano litúrgico, daqui a poucas semanas. Jesus veio pregar a conversão do coração, a correcção do que de mal possa haver nas nossas vidas.

Na moeda do tributo havia uma imagem de César. Em cada um de nós há uma imagem infinitamente mais bela e benfeitora: a imagem de Deus. Para a purificar do mal e de tantos males, veio o Filho de Deus à terra, pregou a Boa Nova, sofreu a sua Paixão, sujeitou-se a uma morte cruel, ressuscitou e ficou no meio de nós, no seu Corpo, Sangue, alma e divindade. Tudo isto Ele fez para purificar em nós a imagem de Deus e nos dar o direito a vivermos um dia, com todos os santos, na morada eterna do Céu. a Ele o louvor, a honra e a glória pelos séculos dos séculos.