O Museu de arte Sacra e Etnologia dos missionários da Consolata completa 20 anos. Manuel Tavares, sacerdote que assumiu o cargo de primeiro director do museu, fala sobre o nascimento do projecto e sobre o seu «alcance» missionário
O Museu de arte Sacra e Etnologia dos missionários da Consolata completa 20 anos. Manuel Tavares, sacerdote que assumiu o cargo de primeiro director do museu, fala sobre o nascimento do projecto e sobre o seu «alcance» missionário«É uma certa tradição nas nossas casas [dos missionários da Consolata] ter sempre um museu ou uma exposição de objectos que vêm das missões, explica Manuel Tavares, que assumiu o cargo de primeiro director do museu. O MaSE era uma ideia alimentada há muito. «Quando eu era seminarista em Fátima, já se falava num museu missionário.

Em 1990, os missionários da Consolata tiveram a oportunidade de adquirir duas colecções: imagens de crucifixos e do Menino Jesus. «O projecto foi amadurecendo no sentido de contar toda a história da salvação, desde o nascimento, à paixão, à morte, e continuar com a evangelização ao longo dos tempos e também nos tempos actuais com peças vindas das missões onde os missionários trabalham. Pensou-se então em construir um edifício onde se estabelecesse o museu mas também um centro de animação missionária.

No princípio não foi fácil dar a conhecer o museu como tal, admite o sacerdote que actualmente se encontra em Moçambique. «O museu não era muito visitado, lembra. Contudo, «as reacções foram sempre positivas. Havia um reconhecimento do valor museológico das peças que eram expostas, sobretudo no que dizia respeito à arte sacra, recorda o missionário que acompanhou muitas visitas de escolas, de pessoas ligadas aos museus e até de simples visitantes.

Em 1995, Manuel Tavares voltou para as missões, em Moçambique, mas manteve sempre uma estima e um apreço muto grande pelo museu. «Eu sempre aprovei a obra e sempre vi nela uma finalidade importante: dar a conhecer às pessoas que vão a Fátima a história da evangelização desde o princípio e também a actualidade missionária. «Do ponto de vista missionário tem um grande alcance, acrescenta.

Às duas colecções e peças vindas das várias missões da África e da américa Latina, juntaram-se peças emprestadas pelos missionários da Boa Nova sobre o Oriente, o que enriqueceu o museu dando uma visão mais abrangente da evangelização aos visitantes. «É um museu que tem de ter uma visita guiada. Para ter efeito do ponto de vista missionário, só alguém que conhece bem a realidade das missões e das peças que estão ali expostas é que poderá fazer daquele museu um meio para difundir a ideia missionária.

Manuel Tavares vê com bons olhos o trabalho que é feito actualmente e destaca o facto de contarem com um técnico especializado na direcção do museu. «acho que o museu contribui muito para tornar significativa a presença dos missionários da Consolata em Fátima. através das suas peças leva o nome do instituto a todo o lado, afirma «Também do ponto de vista vocacional há maneiras de lançar a semente e fazer com que os alunos que visitam o museu possam levar dali uma boa imagem da missão e talvez, mais tarde, dedicarem-lhe algum do seu tempo.