Organizações e personalidades internacionais pedem a retirada da missão das Nações Unidas no país. Os capacetes azuis são responsabilizados pela epidemia de cólera e acusados de cometerem abusos sexuais
Organizações e personalidades internacionais pedem a retirada da missão das Nações Unidas no país. Os capacetes azuis são responsabilizados pela epidemia de cólera e acusados de cometerem abusos sexuaisUma petição internacional a exigir o fim da missão das Nações Unidas no Haiti (MINUSTaH) foi entregue à ONU. Os prémios Nobel da paz, adolfo Pérez Esquivel e Betty Williams, são dois dos signatários. «Cidadãos e organizações haitianas estão escandalizados com a presença e os abusos das tropas da MINUSTaH, que mantém no nosso país mais de 12 mil pessoas, entre as quais 8. 700 militares com um orçamento de milhões, adianta a PaPDa, rede de organizações locais que apoia a campanha contra a presença militar no país. «78 por cento da população vive com dois dólares por dia mas aqui milhares de soldados estrangeiros ganham milhares de dólares por mês. Talvez seja a altura de mudar de estratégia para realmente ajudar no desenvolvimento do Haiti, afirma a entidade, segundo a agência Misna.
Outros dois motivos reforçam o sentimento de desagrado perante a presença dos capacetes azuis no país das Caraíbas. Primeiramente, a poluição do rio artibonite que desencadeou a epidemia de cólera que fez milhares de vítimas no ano passado. Os soldados de uma base militar instalada nas proximidades são responsabilizados pelo sucedido; depois, os escândalos em torno de abusos sexuais cometidos por alguns militares, em particular do Uruguai. Nos últimos dias, o Senado de Porto príncipe adoptou uma resolução que apela a uma retirada progressiva da missão da ONU, a partir de 2012, ao longo de três anos.