a história dos institutos missionários é exemplo vivo da dedicação total à missão, com a intensidade da vida toda e de todas as suas vidas. São páginas extraordinárias de vigor missionário, envolvendo num mesmo movimento tantos jovens e colaboradores
a história dos institutos missionários é exemplo vivo da dedicação total à missão, com a intensidade da vida toda e de todas as suas vidas. São páginas extraordinárias de vigor missionário, envolvendo num mesmo movimento tantos jovens e colaboradoresOntem, os institutos missionários eram os garantes e os profissionais da missão; a eles foi confiado a missão que, por natureza, pertencia a toda a Igreja e a cada baptizado. Hoje, perante as rápidas mudanças de modelos da vida e dos valores culturais na sociedade e na Igreja, que agora se assume como sujeito primeiro da missão, os institutos missionários procuram o seu lugar específico na Igreja e interrogam-se sobre o modo possível de ser missão, no contexto das Igrejas locais onde estão inseridos. Para os que pensam que a hora dos institutos missionários já passou e se tornaram irrelevantes, a Carta Pastoral «Como eu vos fiz, fazei vós também – Para um rosto missionário da Igreja em Portugal despede qualquer equívoco.com as mesmas palavras da Redemptoris Missio (RM), a Carta reafirma a sua centralidade no coração da Igreja e da missão: Os institutos missionários não passam para a margem, mas continuam bem no centro, assumindo o seu compromisso missionário ad vitam. apresenta-os como paradigma do compromisso missionário da Igreja. E, usando as mesmas palavras de João Paulo II, pede-lhes que se sintam parte viva da comunidade eclesial e trabalhem em comunhão com ela (Cf. nº 18). Nesta hora de mudança, estas palavras reconhecem o lugar específico dos institutos e sugerem-lhes uma maior integração nas comunidades eclesiais, através da sua inserção na Igreja local. Tenho pena, contudo, que a Carta não apresente alguns dos caminhos onde os institutos missionários, pelo seu carisma específico, poderiam animar as Igrejas locais no seu compromisso missionário, facilitando a formação do grande movimento missionário que deve animar toda a Igreja. Sugiro apenas três, se bem que cada um deles podia abrir inúmeros caminhos de novidade missionária no coração das nossas Igrejas locais:- Investir no anúncio: Perante a descristianização e o abandono, que se vive com mais acuidade aqui na nossa Europa, temos que nos preocupar com a presença de Deus nos caminhos dos homens. Ele não é irrelevante no nosso projecto de vida pessoal nem no projecto das nossas sociedades. Este é o desafio da nova evangelização. Neste contexto, afigura-se-me necessário investir as nossas forças pastorais na formação de evangelizadores, de modo a pôr toda a Igreja em estado de missão, capaz de ir ao encontro da grande maioria dos que não frequentam as nossas igrejas e assembleias. – Cultivar a atenção ao outro e o serviço ao pobre: a missão tem que dirigir-se para uma autêntica humanização com uma presença e um estilo de vida que reconhece o outro, quem quer que ele seja, na sua dignidade de pessoa. as comunidades cristãs tornam-se assim espaços abertos ao acolhimento, ao diálogo multicultural e à presença do outro, onde a lógica da fraternidade e da solidariedade com e para o outro são sinais sensíveis do Reino. – Inserir a animação missionária na pastoral ordinária: Se na realidade a dimensão missionária é essencial para a vida da Igreja, então ela deve estar presente em toda a pastoral da Igreja. Neste sentido, a carta sublinha o papel insubstituível dos institutos na animação missionária das comunidades eclesiais, que não devia ser vista como marginal, mas central na vida cristã. assim, do centro – do coração da Igreja -, através de uma maior inserção nas Igrejas locais, os institutos missionários continuam a ser promotores de comunhão e criadores de pontes entre as Igrejas. Das margens e dos desertos da missão, eles são facilitadores de encontros com o outro – o pobre, o marginalizado, o sem Igreja nem Deus -, colocam-se ao serviço da vida com a compaixão do Bom Pastor e apontam à sua Igreja local o caminho da missão a percorrer. texto conjunto das publicações da Missãopress