«O ecossistema comunicativo é habitado por emigrantes digitais e nativos digitais», afirmou o presidente do Pontifício Conselho para as comunicações sociais na conferência de encerramento das Jornadas para os profissionais desta área
«O ecossistema comunicativo é habitado por emigrantes digitais e nativos digitais», afirmou o presidente do Pontifício Conselho para as comunicações sociais na conferência de encerramento das Jornadas para os profissionais desta áreaO arcebispo Cláudio Celli defende que a Igreja «não pode correr o risco de chegar tarde às novas tecnologias. Para além da questão tecnológica, o arcebispo considera que o verdadeiro alcance desta «revolução digital é compreender as «consequências na vida das pessoas.

a responsabilidade da Igreja neste mundo digital consiste em «continuar a acompanhar o homem na sua busca, no caminho que percorre fazendo questões como: «Quem sou? Porque estou neste mundo?. a Igreja deve propor, sendo que «o destinatário da mensagem (a Palavra de Deus) não é alguém que temos de alcançar para convencer, sublinhou. E questiona: «Que estamos a fazer para nos preparar para os próximos cinco anos?.

O homem de hoje selecciona os conteúdos, quando os vê, como os vê o quê recordar para o futuro. O responsável pelas comunicações sociais do Vaticano defendeu que «comunicamos aquilo que somos, nomeadamente a vida, a hierarquia de valores. além disso «comunicamos o que fazemos, isto é, comunica-se pelo testemunho. «O homem contemporâneo escuta mais os que dão testemunho que os que ensinam. Se escuta os que ensinam é porque dão testemunho, argumentou o arcebispo.

Cláudio Celli aponta os perigosos de se cair no outro extremo e avisa: a vida cristã «não pode reduzir-se à internet. Isto é, «tem de haver uma comunidade. Ou seja, «tenho que aproveitar o que tenho ao meu alcance, mas respeitar a prioridade do projecto. O que significa que «o projecto fundamental não é ter um site bonito, é uma comunidade que vive de Deus, crê em Deus e ama em Deus, explicou.

O presidente do Pontifício Conselho para as comunicações sociais lembrou a mensagem de Bento XVI sobre «Silêncio e Palavra nos tempos do tsunami de informação e acentuou que não há contradição. «Para comunicar nem sempre é preciso falar, disse. O silêncio é um «lugar de encontro entre Deus e o homem e muitas vezes, o homem contemporâneo, que caminha sozinho e num caminho deserto, está à «escuta de uma palavra.