Relevo da comunicação digital foi o tema central da Mesa Redonda das Jornadas Nacionais da Comunicação Social, que reuniu vários especialistas da comunicação. Entre milhões de resultados, tem que haver um link para um conteúdo religioso, defendeu Paulo Rocha
Relevo da comunicação digital foi o tema central da Mesa Redonda das Jornadas Nacionais da Comunicação Social, que reuniu vários especialistas da comunicação. Entre milhões de resultados, tem que haver um link para um conteúdo religioso, defendeu Paulo RochaJosé Manuel Fernandes, jornalista e ex-director do Jornal Público, debruçou-se sobre o relevo da comunicação digital nos jornais nacionais. Referindo um estudo recente de um colega sobre jornalismo de ciência, lembrou que com a internet houve uma mudança de paradigma: «Toda a gente passou a publicar no mesmo dia aquilo que duas ou três revistas internacionais publicavam. Estamos também perante «um pau de dois bicos, observa. «aquilo que se ganha na possibilidade de chegar perto das fontes originais perde-se em alguma diversidade. «acaba-se por nem sequer beneficiar da possibilidade de ter mais qualidade, acrescentou.

Os primeiros órgãos a entrar em crise foram os grandes jornais. a circulação dos grandes jornais na maior parte dos países desenvolvidos está a cair há dez anos, tal como as receitas publicitárias. Nos Estados Unidos da américa, nos últimos 10 anos, 90 por cento das receitas publicitárias – os classificados – desapareceram.
a imprensa teve tempo de se adaptar à chegada rádio; mais tarde surgiu a televisão que levou ao encerramento de muitos jornais. Mesmo assim, para chegar a toda a população levou 50 anos. Já a internet levou 7 anos. Nesse espaço de tempo «nem nos apercebemos que o mundo está a mudar, afirmou. «Para a imprensa o apelo dos meios digitais é fantástico. agora é possível ter vídeos, sons, várias fotos. É possível actualizar ao segundo quando dantes eram necessárias 24 horas.

Na religião
Paulo Rocha, licenciado em Teologia e director da agência Ecclesia, lembrou que diante de uma multiplicidade de conteúdos, «o jornalismo religioso tem que lá estar. Entre milhões de resultados que aparecem, tem que haver um link para um conteúdo religioso. «Se esse link não existir, o conteúdo religioso desaparece. Deixa de existir.

«Temos que fazer jornalismo digital, colocar as coisas on-line para que elas tenham cidadania. algo que mereça utilização, consideração, debate. aconselha por exemplo o recurso a links, algo que pode levar o utilizador a permanecer mais tempo numa página de internet. «ainda há muito o hábito, a lógica, de ir ao motor de busca mas «cada vez mais as notícias têm que ser empurradas por aqueles que as produzem, defendeu.

Durante a sua intervenção, referiu a viagem do Papa em Maio 2010, como um momento em que a prática do jornalismo digital aconteceu no religioso. Considera que foi uma oportunidade de ver jornais nacionais a desenvolver projectos de jornalismo digital. E sobre esta último conceito explicou: «O jornalismo digital vai recorrendo aos vários media e traz para a divulgação de uma notícia o que é específico de cada um.

Júlio Grangeia, pároco na diocese de aveiro, com experiência em catequeses interactivas e missas online, fez algumas considerações sobre a importância da internet e dos meios digitais para chegar aos fiéis. «Hoje não é preciso ir para todo o mundo anunciar a Boa Nova a toda a criatura. Hoje é toda a criatura de todo o mundo que pode vir até nós. Explica: «Basta estarmos no computador e darmos resposta a quem nos procura. Mas para isso é preciso estarmos lá. Considera «fundamental que quem procure padre católico ou paróquia [na internet] encontre.
«Eu estou na internet para dar resposta aqueles que querem respostas. a forma de dar resposta é fazer proposta, afirmou. Hoje é através dos novos meios de comunicação que muitas pessoas «entram em contacto connosco e, portanto, é necessário não esquecer que a embalagem é fundamental para a mensagem, lembrou o sacerdote. Por exemplo, escolher um título apelativo.