Bento XVI disse compreender as razões do abandono da Igreja Católica, de alguns católicos, depois de revelados vários casos de pedofilia cometidos por elementos do clero
Bento XVI disse compreender as razões do abandono da Igreja Católica, de alguns católicos, depois de revelados vários casos de pedofilia cometidos por elementos do clero«Posso compreender que perante tais informações, nomeadamente os que são próximos de pessoas afectadas, qualquer pessoa diga: ‘Esta não é a minha Igreja’. (… ) ‘Não posso ficar nesta Igreja’, afirmou o Pontífice ainda durante a viagem que o haveria de levar à alemanha. O Papa chegou à alemanha para a primeira visita de Estado, apesar de ser a terceira viagem ao país. Foi recebido no aeroporto de Tegel, em Berlim, pelo presidente Christian Wulff, pela chanceler angela Merkel e vários ministros.
a visita acontece depois do abandono oficial da Igreja de fiéis. Os números oficiais apontam para 181 mil católicos que deixaram de pagar o imposto religioso, no último ano. Na origem desta decisão estará a denúncia de casos de pedofilia que envolveram sacerdotes alemães. a Conferência Episcopal alemã criou uma comissão independente para investigar os casos, mas não é certo, ainda, que o Santo Padre receba algumas da vítimas, como o fez em visitas a outros países.
Durante o voo, o Pontífice abordou algumas das questões que marcaram a actualidade, como os protestos contra a visita, algo que faz parte da «liberdade de cada um. «Quando [a contestação] é expressa de uma forma civilizada, não há nada a dizer. Respeito os que assim se exprimem, afirmou. a visita está a ser marcada por manifestações contra a visita do Papa, uma marcha pela vida, e um protesto que juntará grupos de homossexuais.
Na primeira intervenção pública desta viagem, Bento XVI defendeu que, quando se fala de religião, «constatamos uma indiferença crescente na sociedade, que, nas suas decisões, tende a considerar a questão da verdade sobretudo como um obstáculo, dando por isso a prioridade às considerações utilitaristas. Joseph Ratinger, que regressa ao país natal, considerou que «assim como a religião precisa da liberdade, assim também a liberdade precisa da religião.
O Santo Padre assinalou que «a liberdade precisa duma ligação primordial a uma instância superior. O facto de haver valores que não são de modo algum manipuláveis, é a verdadeira garantia da nossa liberdade. O líder da Igreja católica aponta ainda que na convivência humana, «a liberdade não é possível sem a solidariedade. a alemanha, que se tornou naquilo que é, «através da força da liberdade plasmada pela responsabilidade diante de Deus e a de cada um perante o outro precisa disso «neste mundo que necessita de uma renovação cultural profunda e da redescoberta de valores fundamentais para construir sobre eles um futuro melhor.