“E, desde quando é que temos de obedecer aos critérios dos padres?”, refilou o Manuel. Queria ser padrinho de baptismo do Miguelito, mas o padre insistiu em conhecê-lo, antes de lhe permitir a missão
“E, desde quando é que temos de obedecer aos critérios dos padres?”, refilou o Manuel. Queria ser padrinho de baptismo do Miguelito, mas o padre insistiu em conhecê-lo, antes de lhe permitir a missãoO Manuel sentiu-se ofendido: Mas afinal quem manda? É o povo! Há dúvidas?. Pelo menos, é assim para o Manuel. É que isto é muito simples: a Igreja é de todos. Logo, os padres têm mais é que abrir as portas!, insistia. Mesmo que, no caso do Manuel, nunca se ponha os pés na igreja e se tenha mandado a mulher às malvas, quando se conheceu uma miúda gira e com a qual agora vive.

a argumentação do Manuel continuou: Isto é como ir ao médico. Ele pode dizer que é necessário eu ser operado, mas isso acontece, só se eu deixar. Sou eu o padrinho! Baptiza-se o miúdo noutro sitio. Fala-se com outro padre!.

Fica a pergunta: de quem é a culpa da confusão instalada, na hora de ser padrinho de baptismo? É dos católicos não praticantes ou é da falta de critérios homogéneos na Igreja católica? Enquanto se pensa no assunto, ficam perguntas ao Manuel: Porque quer baptizar o Miguelito? Porque dá jeito ter à mão um Deus-instrumento, especialmente quando se está a passar por um mau bocado? Ou é porque é divertido exibir as tradicionais fotos catitas?