Foi então que o patrão entrou e fez a pergunta: «Conhecem alguém simpático que possa vir para cá trabalhar? Preferimos homens, não engravidam!». Seguiu-se uma chuva de propostas
Foi então que o patrão entrou e fez a pergunta: «Conhecem alguém simpático que possa vir para cá trabalhar? Preferimos homens, não engravidam!». Seguiu-se uma chuva de propostas a tia do João, que adora Deus à maneira dela, gosta de levar incenso para a sala de trabalho para limpar o ambiente de más energias. Obviamente, mal o patrão saiu, acendeu logo uma vela, para iluminar a mente do patrão e ele meter o rapaz na empresa. Houve de imediato quem reagisse a dizer que aquilo era um disparate e não fazia sentido crendices daquelas. Mas o que deu para reparar é que ninguém afirmou: ao almoço vou parar um pouco, para rezar e pedir a Deus que ajude o meu familiar a ficar com este emprego.

Ora a mãe do João, mal soube da hipótese, foi logo à igreja mais próxima. Meteu uma moeda na maquineta, acendeu uma vela eléctrica e benzeu-se à pressa. Depois, foi-se embora sem rezar, porque já não sabe como se faz, isto é, não se lembrava de uma ladainha que aprendeu na catequese aos 10 anos.

Bom! O que interessa relatar aqui é que o João foi chamado à empresa, o patrão gostou dele e o rapaz aceitou o cargo. É um jovem cortês, disciplinado e tem um curso superior. Vai ser recepcionista. Mas, como há uns meses atrás já lhe tinha passado pela cabeça emigrar, com um colega de curso – só não se meteu no avião, porque a mãe chorou muito -, agora, pensando bem, pensou ele, mais vale ir fazendo isto do que estar em casa desempregado!. afinal, acender velas é eficaz!, pelo menos é assim que pensa a família do João.