«Sem sobriedade não existiria solidariedade. Senão, só se partilharia as sobras do que cada um considera necessário para si», lembrou o arcebispo de Milão, Dionigi Tettamanzi, aos participantes no encontro da Pastoral Social
«Sem sobriedade não existiria solidariedade. Senão, só se partilharia as sobras do que cada um considera necessário para si», lembrou o arcebispo de Milão, Dionigi Tettamanzi, aos participantes no encontro da Pastoral Social«Não há futuro sem solidariedade foi o tema desenvolvido pelo cardeal Dionigi Tettamanzi, arcebispo de Milão, no início da tarde, durante o XXVII Encontro da Pastoral Social, a decorrer em Fátima. O cardeal começou por referir-se à actual crise económica como «uma crise de valores, de humanidade e cultural. É urgente traçar uma direcção, pontos de referência sólidos, apelou. «Mesmo sobre águas agitadas é possível prosseguir. É possível superar todas as tempestades, tendo sempre como meta o bem.

a palavra solidariedade conserva em si a raiz latina referente à solidez. O seu ponto de partida é a sobriedade, conceito equiparado à temperança, explicou o arcebispo. «Sem sobriedade não existiria solidariedade. Senão, só se partilharia as sobras do que cada um considera necessário para si, lembrou aos presentes. « a sobriedade cria espaços. abre aos outros, enquanto diminui a importância que damos a nós mesmos.

a solidariedade e a actividade económica foi outro ponto abordado pelo cardeal. « a sociedade cada vez mais globalizada torna-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos, afirmou Dionigi Tettamanzi. O que falta à globalização é precisamente a solidariedade; também na economia necessitamos uns dos outros, defende. a «cidade é a imagem da sociedade inteira, pois torna a vida social visível, mesmo os seus limites. apresenta aspectos positivos, mas também contradições como a presença de novas forma de pobreza, referiu. O arcebispo de Milão apontou como exemplo aqueles que sofrem com a indiferença, o preconceito, os que vivem situações de solidão, abandono e marginalização, por serem de origem estrangeira.

«O futuro está nas mãos de uma humanidade solidária, conclui o cardeal Dionigi Tettamanzi. Destaca dois pontos contrapostos: as situações de miséria e pobreza que exigem respostas de solidariedade e os problemas de um mundo, que está há décadas em vias de globalização, mas onde a justiça, a paz e os direitos humanos não são globalizados. Por fim, referiu o que considera uma ocasião para exercitar a solidariedade vivida: o VII Encontro Mundial das Famílias. Decorre em Milão, em 2012, e tem por tema: « a família: o trabalho e a festa. Um momento único de «escuta, de diálogo e de confronto entre famílias de todo o mundo sobre três temas da vida diária: amar, trabalhar e repousar.