Serviços públicos em Moçambique deploráveis “por incompetência e ineficácia, corrupção, burocracia e fraca prestação de serviços”, estão aliados a pessoas inexperientes em funções, cuja responsabilidade está muito além das suas capacidades
Serviços públicos em Moçambique deploráveis “por incompetência e ineficácia, corrupção, burocracia e fraca prestação de serviços”, estão aliados a pessoas inexperientes em funções, cuja responsabilidade está muito além das suas capacidadesHá muita corrupção e violação dos direitos, acusa adelino Buque, citando o primeiro relatório do Mecanismo africano de Revisão de Pares (MaRP). O professor viola os direitos ao cobrar um valor para dar nota ao filho da enfermeira e esta por sua vez cobra uma sobretaxa ao professor para assistência médica, explicou o membro do fórum do MaRP. Falta de transparência nos megaprojectos, crónica corrupção na administração, antigos combatentes não desarmados, pobreza e desemprego são factores que ameaçam a paz em Moçambique, de acordo com o texto do relatório a que a Lusa teve acesso.

adelino Buque questionou, durante a apresentação do relatório, se com os megaprojectos, sobretudo das minas de carvão, o cidadão vai ganhar crateras e casas sem pilares?, numa referência às populações que foram desviadas do seus locais de habitação. O relatório critica o preenchimento de vagas na função pública com base na filiação partidária. aos membros da FRELIMO, no poder, é permitido organizar células no local de trabalho, realizar reuniões na hora de expediente e contribuições financeiras ao partido usando canais oficiais para desconto directo nos salários, indica o relatório considerando a situação um desafio para a paz. a superlotação das cadeias pode atentar à paz, as pessoas estão lá ociosas, em que condições? O que conversam? Qual o seu plano depois de saírem? Isso também periga a paz, considerou adelino Buque.

O relatório reconhece progressos socioeconómicos, na área de educação, da saúde e da gestão das finanças públicas, fortalecimento de ambiente de negócios. Cita exemplos de crescimento nas infra-estruturas educacionais e sanitárias, que quase duplicaram desde 2003. O documento avança que Moçambique assinalou progressos recorde na promoção da igualdade de género e protecção dos direitos da mulher, nos quais apenas perde para o Ruanda e África do Sul. as mulheres ainda são sujeitas a uma discriminação e marginalização social considerável. a violência doméstica baseada no género é muito comum e o tráfico de mulheres é um perigo significante, refere o documento de 730 páginas