Presidente do Vietname, Truong Tan Sang, ordenou a libertação de mais de 10 mil prisioneiros com uma amnistia concedida anualmente na festa da independência nacional, que se celebra a 2 de Setembro
Presidente do Vietname, Truong Tan Sang, ordenou a libertação de mais de 10 mil prisioneiros com uma amnistia concedida anualmente na festa da independência nacional, que se celebra a 2 de SetembroTrata-se de pessoas que se encontram nas prisões vietnamitas por crimes comuns e consta que na lista não haja prisioneiros dissidentes políticos de quadros superiores. Estarão incluídas algumas pessoas representantes de minorias étnicas, provenientes dos planaltos centrais do Vietname. Nessas zonas vivem os chamados montagnard, povos das montanhas, que lutam pela liberdade religiosa e pelo respeito dos direitos humanos. São na maioria cristãos que, desde há muito, sofrem a repressão e são marginalizados pelo governo vietnamita. Pense-se em quantos lutam pela liberdade, justiça e democracia, exclamou um bispo.

Entre os 10. 535 prisioneiros que serão libertados, há 11 estrangeiros que estavam a cumprir penas de criminalidade comum. Este tipo de libertação é um costume que tem lugar por ocasião da festa da independência do país: em 2010, foram libertados 17 mil e cinco mil, em 2009. Paul Nguyen Thai Hop, bispo de Vinh e presidente da comissão Justiça e Paz, da conferência episcopal do Vietname, declarou: a amnistia é uma medida que se repete anualmente e abrange presos por crimes de segurança e não pessoas que estão na prisão por motivos de consciência. E esclareceu: Não temos ainda a lista oficial de pessoas a libertar. O que o povo pede é que nos lembremos nesta ocasião também dos que estão na prisão por motivos políticos e de consciência, pessoas que lutam pela liberdade, pelos direitos, justiça e democracia.

Seja como for, é uma boa notícia que sejam libertados alguns membros de minorias étnicas dos planaltos centrais. a comissão Justiça e Paz dos bispos segue a situação dos direitos humanos, da paz e da justiça no Vietname com grande atenção, confrontando-se também com os intelectuais não católicos e com os membros do partido comunista. O código penal vietnamita aplica a pena de prisão a todos os que criticam publicamente o governo. a justiça vietnamita tem punido com penas longas representantes cristãos e membros de grupos políticos não reconhecidos pelo governo. Segundo a comissão de direitos humanos do Vietname, há nas prisões do país mais de 258 prisioneiros políticos e de consciência, detidos unicamente pelas suas ideias.