Cardeal Koch, presidente do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos anuncia documento conjunto que relança o diálogo entre Igrejas, em vista do 500º aniversário das 95 teses de Martinho Lutero, a celebrar em 2017
Cardeal Koch, presidente do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos anuncia documento conjunto que relança o diálogo entre Igrejas, em vista do 500º aniversário das 95 teses de Martinho Lutero, a celebrar em 2017 a Igreja católica e a Federação Luterana Mundial preparam um documento comum sobre a fé cristã que une os cristãos, apesar das divisões dos últimos séculos. Bento XVI já antecipara a iniciativa em Dezembro último, no decorrer da audiência com o bispo Munib Younan, presidente mundial dos luteranos. O cardeal Koch, presidente do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos fala do documento numa entrevista concedida à agência católica alemã KNa.

Preparada pela Comissão Internacional luterano-católica sobre a unidade, a declaração conjunta deverá interpretar a Reforma à luz dos 2. 000 anos de história cristã, dos quais 1. 500 precederam a divisão entre católicos e protestantes. Segundo o cardeal, a divisão da Igreja não era o objectivo de Lutero. a comemoração da Reforma em conjunto é uma ocasião privilegiada para uma confissão comum de culpa de ambas as Igrejas, imitando o pedido de perdão feito por João Paulo II, em 2000, pelo papel católico nas divisões na Igreja. O cardeal Kock explicou que sem uma consciência, sem uma purificação comum da memória e sem uma admissão de culpa de ambas as partes, a meu ver, não pode haver uma sincera comemoração da Reforma.

O cardeal sublinhou que o próprio Papa Bento XVI, como alemão, cresceu num país cuja população é dividida quase igualmente entre católicos e protestantes. O Papa pediu que o diálogo ecuménico tivesse um papel mais central na sua visita à alemanha de Setembro próximo. Durante a audiência ao bispo luterano Munib Younan de 16 de Dezembro, o Papa Ratzinger explicou que o documento do 500º aniversário documentaria que os luteranos e os católicos são capazes de dizer juntos sobre esse ponto, olhando para a nossa maior proximidade depois de quase cinco séculos de separação. Católicos e luteranos são chamados a reflectir novamente sobre onde o nosso caminho para a unidade nos levou e, ao mesmo tempo, invocar a orientação de Deus e a sua ajuda para o futuro.