Faixas contra o lucro na educação ou a criticar o governo misturam-se com bandeiras das centrais de trabalhadores e os símbolos dos colégios e universidades. a adesão de centenas de milhares de pessoas mostrou a força do movimento
Faixas contra o lucro na educação ou a criticar o governo misturam-se com bandeiras das centrais de trabalhadores e os símbolos dos colégios e universidades. a adesão de centenas de milhares de pessoas mostrou a força do movimento a marcharem até alameda, a principal avenida de Santiago, ficou claro, uma vez mais, que as pessoas estão cansadas de ver como o dinheiro não chega para terminar o mês, que os jovens precisam de se endividar para estudar, que se hipoteca a sustentabilidade do meio ambiente do país num momento inoportuno, que a grande maioria não é escutada e que o governo continua a fazer ouvidos moucos a temas sensíveis. É verdade que sem o entusiasmo dos estudantes que, graças às suas exigências, trouxeram à luz todas as queixas da população, a manifestação não teria tido o êxito que teve. as preocupações saíram às ruas em forma de marchas e espalharam-se pelas principais cidades e avenidas do país.

Como sempre acontece, os números do governo estão em conflito com os números do movimento. Este fala em mais de 600 mil pessoas que participaram nas manifestações em todo o país. Mais número menos número, a marcha caminhou serenamente, numa interminável fila, até ao centro de Santiago. as faixas contra o lucro na educação ou contra o governo apareciam entre as bandeiras e os símbolos dos colégios e universidades, refere o diário chileno «Pagina/12, de 26 de agosto. É a coisa mais impressionante que já vi. Somos milhares, entre operários, professores e estudantes, os que dissemos na cara de Pinera que ele deve acabar com o modelo imposto por Pinochet, disse andrés, um adolescente que veio, com 20 companheiros, de San Bernardo, um bairro periférico de Santiago.

O presidente chileno Sebastián Pinera tem a menor popularidade – 26 por cento – de um presidente chileno desde a ditadura de augusto Pinochet (1973-1990). Jovens bloquearam estradas, atiraram pedras e atearam o fogo a autocarros e a montes de lixo em cruzamentos de Santiago e de outras cidades. a polícia, por sua vez, usou água e gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes. as pessoas acenavam das janelas dos prédios e penduravam lenços e bandeiras. Temos a esperança de que o governo, depois deste golpe que recebeu, consiga reflectir e se disponha a dialogar para encontrar uma saída para a actual situação.