a sabedoria popular recorda-nos que a morte sempre teve uma desculpa, o que me leva a fazer aqui algumas considerações sobre a fome que neste momento assola o Quénia
a sabedoria popular recorda-nos que a morte sempre teve uma desculpa, o que me leva a fazer aqui algumas considerações sobre a fome que neste momento assola o QuéniaQuais são as causas desta tragédia humana que se repete ano após ano? E quais serão os remédios? Na força da guerra não se limpam armas e portanto este é o momento de salvar o salvável e tentar distribuir o pão que livra da morte milhares de nossos irmãos e irmãs. Nós, os missionários da Consolata, assim como muitas outras instituições e organizações, estamos a recolher e a distribuir ajudas imediatas, porque o tempo urge. Também de Portugal esperamos a vossa ajuda, por mais pequenina que seja. Vai acontecer, porém, como tem acontecido, que passada a crise e enterrados os mortos, ninguém volta a pensar no assunto até à próxima crise.
O Quénia tem vários rios e lagos, entre os quais o lago Vitória, que é o segundo maior corpo de água doce do mundo, mas não tem um sistema nacional de armazenamento de água e de irrigação. Produzimos cereais, arroz e óleos, mas não temos estradas nem meios de transporte para uma rápida e équa distribuição. a meu ver, o que falta é a vontade política de defender, a todo o custo, os direitos dos cidadãos, começando pelo direito à vida. No jornal The Standard, de 14 de agosto, comentava-se a presente crise partindo do famoso verso bíblico do capítulo sexto do livro dos Provérbios: Vai ter com a formiga e observa o seu proceder. Os governantes deste país bem precisam de aprender a lição da formiga previdente.