«Ouviu-se uma brisa ligeira. assim que a ouviu, Elias cobriu o rosto com o seu manto, saiu e ficou à entrada da gruta». O profeta percebeu que Deus estava nessa brisa ligeira, explica-nos a primeira leitura da Missa do 19º domingo comum
«Ouviu-se uma brisa ligeira. assim que a ouviu, Elias cobriu o rosto com o seu manto, saiu e ficou à entrada da gruta». O profeta percebeu que Deus estava nessa brisa ligeira, explica-nos a primeira leitura da Missa do 19º domingo comumUm grupo de moças entrou, um dia, numa igreja para passarem algum tempo de adoração na capela do Santíssimo Sacramento. Havia aí um crucifixo grande, pintado a ouro, colocado sobre mármore escuro. Tinha uma expressão de tão grande serenidade que parecia mesmo olhar para as pessoas como se estivesse a falar com elas. Rezavam as jovens em silêncio, quando a um dado momento entrou um grupo de senhoras.começaram imediatamente a conversar umas com as outras. Dizia uma: Olhem, aquele é o crucifixo que dizem que fala. Pergunta-lhe outra: Mas já encontraste alguma vez alguém que realmente o ouviu falar?. Resposta da primeira: Bem! Eu não sei… . E lá continuaram a tagarelar, por alguns momentos. até que uma jovem se virou para elas e delicadamente disse: Se as senhoras se calassem, então talvez ouvissem a sua voz!.

Está cientificamente provado que uma das poluições mais desastrosas de hoje para os nossos ouvidos e o nosso cérebro é o barulho. Realmente vivemos na civilização da barulheira. Não nos deixam em paz! Para muita gente já é difícil encontrar lugares onde possam passar algum tempo na paz e tranquilidade que o silêncio produz em nós. No entanto, nós precisamos do silêncio para podermos olhar para nós mesmos e para a vida que vivemos, para fazermos um balanço do nosso comportamento. Precisamos de retirar-nos. Precisamos do silêncio para contactarmos, a sério, o nosso Deus com toda a calma possível. O evangelho diz-nos que Cristo se retirava, muitas vezes, para lugares desertos, solitários, onde ficava sós a sós em conversa filial com o Pai celeste. Precisamos de silêncio para ouvirmos a voz do Espírito do Senhor que habita em nós e tem tantas coisas para nos sugerir. Precisamos do silêncio para acalmarmos os nervos nesta vida de stress que tantos de nós vivemos. Precisamos de silêncio para nos encontrarmos a nós próprios.

Hoje em dia há várias terapias que nos podem ajudar a viver mais serenamente. Mas uma das melhores seria tirarmos, todos os dias, uns dez minutos para nos sentarmos sozinhos, desprendidos de todos os cuidados, e descansarmos o nosso corpo e o nosso espírito. ali descobriríamos o que Deus pensa da nossa vida presente. São momentos preciosos para expulsarmos de nós tanta coisa barulhenta e nociva que o trabalho, as viagens e a nossa vida profissional, e mesmo familiar, trazem ao nosso espírito. Não podemos dizer que dez minutos, por dia, são demais. Cada dia tem 1. 440 minutos. Na brisa ligeira, o profeta Elias descobriu a presença de Deus. Na nossa brisa ligeira dos dez minutos diários, ou coisa que lhe valha, voltados para dentro de nós próprios, quem sabe lá quantas vezes descobriríamos a presença de Deus! Descobriríamos sempre algo de novo acerca de nós próprios. Valerá a pena? Tudo vale a pena, se a alma não é pequena, como diz um grande poeta.