Missionário genuí­no, itinerante por terras de Moçambique, José Torres Neves aponta alguns marcos do seu peregrinar de norte a sul. Só uma grande paixão alimenta e dá alma a um sonho missionário tão rico e variado
Missionário genuí­no, itinerante por terras de Moçambique, José Torres Neves aponta alguns marcos do seu peregrinar de norte a sul. Só uma grande paixão alimenta e dá alma a um sonho missionário tão rico e variadoPassaram mais de 20 anos desde a minha chegada a Mo­çambi­que em Novembro de 1989. Entre muitas actividades, assinalo quatro experiências neste país africano. Em Maputo, na casa provincial, fui nomeado ponto de apoio às actividades missionárias do interior. Para não me ocupar unicamente de coisas materiais, fui pároco de Likeleva. Durante dois anos, procurei inserir-me nesta realidade da periferia da capital moçambicana. O meu destino seguinte foi Lichinga, capital da província do Niassa, no norte do país. assumi a responsabilidade da comunidade missionária de Nzinje, juntamente com as paróquias do Planalto e Lago, confiadas aos Missionários da Consolata. Foi um desafio enorme enfrentar as quatro línguas locais faladas nesta zona da diocese.com a chegada de novos missionários, fiquei apenas com a responsabilidade da paróquia do Lago para uma tarefa mais ordenada e profunda. Em 1998, assumi a paróquia de Majune, durante quatro anos. Foi um tempo muito rico e desafiante, pois tive de recomeçar o trabalho nessas paróquias fechadas ou condicionadas durante o tempo de guerra. Descobri comunidades animadas e orientadas por leigos.com eles, dediquei-me à formação de catequistas, ministros da palavra e da eucaristia, e outros ministérios. Formador de missionáriosEm 2005, fui enviado para Maputo, como membro da comunidade formativa do noviciado da Consolata, em Laulane. Ofereci a minha experiência missionária, em coordenação com o mestre de noviços, a uma dezena de jovens, de vários países africanos, que se preparavam para serem missionários da Consolata. Juntos percorremos um caminho de aprendizagem dos sinais dos tempos, na Igreja e na sociedade, em vista de implantar o carisma do Instituto em África. Foi consolador sentir como os jovens eram solidários com o empenho missionário da Igreja e do Instituto, crescendo na capacidade de viver e trabalhar ao lado de irmãos de outras raças. Foi uma experiência enriquecedora. Passagem de testemunhoEm 2009, parti para Majune, onde me esperava a tarefa complexa de preparar a paróquia para a entregar aos padres da Sociedade Missionária Coreana. a administração dos lares, da moagem e da escolinha estava sob a responsabilidade do irmão leigo missionário. Eu dediquei-me à organização da catequese, à formação de leigos e animadores para os vários ministérios laicais. Depois de 15 meses, entreguei uma paróquia mais amadurecida e organizada, graças ao trabalho em união com todas as forças presentes no terreno, designadamente com as Missionárias da Consolata e com os Leigos Missionários. actualmente, já estou em Mecanhelas e Entre Lagos, duas paróquias no sul da província do Niassa, com uma realidade pastoral intensa semelhante à da vizinha cidade de Cuamba, onde também já trabalhei cerca de dois anos. É mais um novo desafio de mudanças e de estilo de pastoral missionária.