“acha que a vida é um valor absoluto?” é esta a pergunta que Daniel Serrão, um dos componentes da Comissão Nacional pró Referendo-Vida, pretende que seja feita aos portugueses através de um referendo
“acha que a vida é um valor absoluto?” é esta a pergunta que Daniel Serrão, um dos componentes da Comissão Nacional pró Referendo-Vida, pretende que seja feita aos portugueses através de um referendoJustificando a sua pretensão, o mandatário daquela comissão referiu ontem no Porto: “O actual primeiro-ministro disse que se houvesse um grupo de cidadãos que quisesse levantar a questão do valor da vida, estaria disponível para apoiar isso na assembleia da República. Esperamos que honre o compromisso. Este grupo de cidadãos está a responder a uma espécie de convite que ele apresentou”, acrescentou.

aquele representante do movimento iniciou desta forma uma acção nacional de divulgação e sensibilização, tendo como finalidade a realização de um referendo sobre o valor da vida e que leve na prática à revisão da lei do aborto. No meio de tantas notícias com que a comunicação social nos bombardeira diariamente, é bom que reparemos também naquelas que são positivas. Estamos habituados a receber todo o “lixo”, estas iniciativas são autênticas flores que devemos olhar com ternura, sem isentar a nossa responsabilidade na colaboração.

a acção deste conhecido médico e do grupo de que é porta-voz deve merecer o nosso aplauso, mas não só, pois enquanto cristãos temos o dever de lutar por leis justas para toda a sociedade em que estamos inseridos. É uma obrigação inerente à fé que professamos e que certamente desejamos seja um princípio orientador para todos aqueles que nos rodeiam. Não deveria ser necessário recorrer a este tipo de recursos (mesmo legais) para que seja reposta a ordem da criação, mas se os outros não olham a meios para alcançar os fins, muitas vezes inconfessáveis, temos o direito de utilizar todos os meios possíveis para que a vida do ser humano seja respeitada, tal como Deus a concebeu, doou e receberá.

afinal estamos a falar do valor mais elevado com que fomos presenteados, a própria vida, que o homem não pode dar, apenas contribuir, mas que alguns se arrogam a tirar, exorbitando do seu poder. E o poder só deve ser reconhecido como legítimo quando é justo, pois não o sendo perde toda a autoridade, mesmo que nos seja imposto legal ou ilegalmente. Mas será bom atentarmos no âmbito da pergunta que envolve especialmente o conceito da vida cujas vertentes devem ser consideradas, para além do direito a nascer, há que reconhecer ao ser humano outros direitos que pela ordem natural deve ter, como a assistência em todos os aspectos desde que nasce até que morre.

Dir-me-ão, mas isso é utópico! a nossa resposta só pode ser uma: aquilo que Deus nos doou com amor, ninguém tem o direito de tirar, independentemente de ser crente ou não. a Terra tem tudo o que é necessário para que as pessoas usufruam do essencial em quase todos os aspectos, por que nos negam na prática essa possibilidade? « a pergunta (do referendo) não se refere ao aborto nem à eutanásia, mas ao valor da vida. É isso que queremos que as pessoas pensem e respondam. Os casos concretos poderão ser tratados depois, pela via legislativa, disse Daniel Serrão, especialista em bioética.

O médico sublinha que «se o referendo disser que a maioria do povo português atribui à vida humana um valor absoluto desde a sua origem até ao seu fim natural, isso deverá ter tradução em alterações legislativas. É o precisamos de ver consagrado na Lei e cumprido, pelo que só temos um caminho: apoiar este grupo de cidadãos para alcançar o objectivo comum de uma sociedade mais justa.