Há uma expressão nova, «Missão Metrópoles», que entrou recentemente no vocabulário da Igreja. Traduz a atenção que a mesma dedica às grandes cidades, sujeitas a uma pressão humana desmesurada
Há uma expressão nova, «Missão Metrópoles», que entrou recentemente no vocabulário da Igreja. Traduz a atenção que a mesma dedica às grandes cidades, sujeitas a uma pressão humana desmesuradaGrande parte da população concentra-se nestes gigantescos aglomerados humanos, criando enormes desafios à chamada nova evangelização. O Evangelho permanece o mesmo. a verdade evangélica não muda. a maneira de apresentar Jesus é que pode e deve ser diferente, porque diferentes são as situações que os cristãos têm de viver ao lado dos seus irmãos, crentes ou não, no mundo contemporâneo. Marcada para a Quaresma de 2012, esta nova iniciativa pastoral, chamada Missão Metrópoles, irá envolver contemporaneamente 12 das maiores cidades europeias. O arcebispo Rino Fisichella, presidente do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização, um organismo criado recentemente por Bento XVI, encontrou-se, em Julho passado, com cardeais e bispos de Barcelona, Budapeste, Bruxelas, Dublin, Colónia, Lisboa, Liverpool, Paris, Turim, Varsóvia e Viena, para preparar a Missão Metrópoles. a iniciativa vai tentar, ao nível do velho continente, dar uma resposta conjunta aos problemas da nova evangelização, na situação de crise em que a Europa se encontra. a questão da nova evangelização ganha cada vez mais relevância, em todo o mundo, sobretudo nos países e lugares de antiga evangelização, onde a fé cristã está a passar por sérias dificuldades, correndo mesmo o risco de desaparecer. a preocupação é antiga. Foi um dos motivos mais importantes para a convocação do Concílio Vaticano II, cujos 50 anos serão comemorados já a partir do próximo ano. João Paulo II convidou, inúmeras vezes, toda a Igreja a assumi-la, com novo ardor e com novos métodos. Bento XVI propõe-se levar mais adiante o processo e convocou o próximo Sínodo dos Bispos, que terá por tema a nova evangelização para a transmissão da fé cristã, a realizar em Roma, de 7 a 28 de Outubro de 2012. as novas tendências culturais, por vezes, fecham-se e até se opõem às convicções e aos valores cristãos. a secularização invade a vida quotidiana das pessoas, difundindo a mentalidade de que Deus está ausente, o fenómeno migratório ligado à globalização, a revolução informática com benefícios e riscos da cultura mediática e digital, a economia com os crescentes desequilíbrios entre o norte e o sul do mundo, a relação entre a ciência e a técnica, a cena mundial na qual emergem novos actores políticos, económicos e religiosos, são cenáriosque questionam a Igreja e exigem dela um novo posicionamento. as múltiplas iniciativas que estão a ser tomadas em vários quadrantes, propõem-se suscitar na Igreja uma conversão pastoral e missionária. É urgente lançar as redes em águas mais profundas e ter em conta os vastos horizontes da missão situados em todos os continentes e não apenas na Europa. a Igreja não poderá continuar a guardar só para si o Evangelho. Precisa de tomar consciência que ele deve ser compartilhado, como um bem precioso que Deus, através dela, quer fazer chegar a toda a humanidade. Mas ninguém deita remendo de pano novo em roupa velha, avisa o Evangelho.