O verdadeiro sentido da celebração só se torna visí­vel na «configuração da vida de cada um dos crentes e da comunidade eclesial»
O verdadeiro sentido da celebração só se torna visí­vel na «configuração da vida de cada um dos crentes e da comunidade eclesial»Pedro Lourenço apresentou a dimensão da espiritualidade litúrgica na vertente da celebração unida à vida. O sacerdote centrou a sua conferência na compreensão do sentido da vida cristã, a partir de alguns textos. E fez notar que, em alguns casos, a liturgia, ao longo do tempo, perdeu a ligação com a vida. «Vai deixando de ser alimento ou fonte de espiritualidade. O conferencista defendeu que «a espiritualidade litúrgica não deve ser reduzida à dimensão subjectiva e intimista. Tem expressão «concreta na dimensão comunitária. Deve ser entendida, como vida «segundo o espírito e como tal, a vida de cada cristão deve estar «plasmada segundo o espírito de Deus. É a vida espiritual que «nos insere na Igreja, isto é, na vida eclesial, salientou o presbítero.

Entendida como «obra da Santíssima Trindade, a espiritualidade litúrgica é trinitária, explicou o sacerdote, assinalando que «de natureza divina. Mas é também «cristológica e pascal, já que «toda a acção da Igreja tende para a comunhão com Cristo e com o seu mistério de morte e ressurreição. O padre do Patriarcado de Lisboa afirmou ainda o carácter «pneumatológico da liturgia , isto é, como tendo a sua origem no Espírito Santo. a liturgia é «obra do Espírito Santo, assinalou Pedro Lourenço. Torna-se uma relação «entre Deus e o homem, sendo por isso «teândrica. O seu carácter eclesial torna-se sinal para os que estão de fora. a Igreja tem a missão de reunir os filhos dispersos, «para que haja um só rebanho.

a liturgia tem um caracter «sacramental, na medida em que celebra o mistério da paixão, morte, ressurreição e ascenção de Jesus Cristo. a liturgia tem necessariamente o carácter de anúncio deste mistério, salientou o sacerdote do Patriarcado de Lisboa. Pedro Lourenço referiu-se ainda à «tensão missionária [da liturgia] que é constitutiva da existência cristã.