No dia em que celebrou a sua «missa nova», uma semana depois de ser ordenado sacerdote, Marcos Coelho assinala a necessidade de uma «entrega total» a Deus e fala do seu trabalho na Coreia do Sul, onde vai regressar
No dia em que celebrou a sua «missa nova», uma semana depois de ser ordenado sacerdote, Marcos Coelho assinala a necessidade de uma «entrega total» a Deus e fala do seu trabalho na Coreia do Sul, onde vai regressarFátima Missionária: No dia da ordenação foi assinalado que esta é um ponto de partida e não um ponto de chegada. É isso que sentes, depois de toda esta caminhada que te trouxe ao sacerdócio?
Marcos Coelho: Se devemos viver cada dia como um dom de Deus, como uma dádiva divina, todos os dias devem ser um ponto de partida. E claro, muito mais agora, pois pelo poder sagrado de que fui investido irei ter a missão de organizar e reger o povo sacerdotal, oferecer o sacrifício eucarístico na pessoa de Cristo “in persona Christi”, em nome de todo o povo. associado ao corpo episcopal, em íntima fraternidade com todos os presbíteros, passarei a ser como pai em Cristo pelos fiéis que espiritualmente gerar pelo Baptismo e por todo o meu ministério.

Fátima Missionária: Durante a vigília de oração, que antecedeu a ordenação, manifestaste a tua alegria e felicidade bem como a tua realização. Sentes que o teres-te abandonado em Deus te permitiu obter esta felicidade?
Marcos Coelho: Sem dúvida, se não houver essa entrega total e abandono em Deus, mais cedo ou mais tarde, o nosso egoísmo, o nosso orgulho, toma posse de tudo o que parecia ter sido doado a Deus. Sim, sou feliz e realizado porque tenho tudo o que mais preciso. Este “tudo” é somente Deus.

Fátima Missionária: Quando regressares à Coreia começa uma nova etapa? Ou será apenas a continuidade do trabalho que já estavas a desenvolver?
Marcos Coelho: Para além do empenho contínuo no estudar a língua coreana e das actividades que já exercia, sem dúvida, graças ao poder sagrado de que fui investido, a minha vida não será a mesma. Se antes devia servir como diácono agora devo ser o servo dos servos.

Fátima Missionária: Sentes de algum modo uma responsabilidade maior pelo facto de “encerrares” um ciclo de oito anos em que não houve ordenações de missionários da Consolata portugueses?
Marcos Coelho: Em relação a esta pergunta, penso que é um pouco exagerado falar em “encerrar” ou “iniciar” um ciclo. Penso isso sim, que o Espirito Santo continua infundir nos corações dos jovens este ideal missionário e com particular apelo através do carisma da Família Missionária da Consolata. agora se leva 8, 9 ou mesmo dez ou mais anos que seja, não é importante. O importante é termos o coração sempre aberto a este apelo de Deus.

Fátima Missionária: Deixa uma palavra de incentivo e de desafio aos jovens que possam sentir o chamamento mas tenham receio de fazer esta opção de vida.
Marcos Coelho: “Não tenhais medo!” Não tenhais medo de seguir a Jesus, mesmo tendo em conta as dificuldades e apelos da sociedade, devemos mostrar a todos que acreditamos num Deus que é amor e que nos ama como jamais alguém nos amou ou pode amar! Se sentir-mos este amor é impossível ficar indiferente. Se não o podermos dizer com palavras, então que os nossos actos sejam o testemunho deste mesmo amor.