Um grupo de investigadores constatou graves violações dos direitos humanos em centros de detenção do Panamá. Os prisioneiros vivem em estruturas sobrelotadas e sofrem violências e restrições no acesso à água, alimentação e serviços de saúde
Um grupo de investigadores constatou graves violações dos direitos humanos em centros de detenção do Panamá. Os prisioneiros vivem em estruturas sobrelotadas e sofrem violências e restrições no acesso à água, alimentação e serviços de saúdeUm estudo publicado pela Clínica de Direitos Humanos da Faculdade de Direito de Harvard, intitulado Tragédia evitável no Panamá – mortes desnecessárias e violações dos direitos humanos em Centros de Detenção Juvenis, revela a situação de jovens prisioneiros do Panamá. O grupo de Havard, responsável pelo trabalho, visitou quatro centros de detenção para jovens, entre 30 de Março e 2 de abril. Os investigadores constataram graves violações dos direitos humanos, adianta a agência adital.
Os detidos não são separados com base em factores como a idade ou a gravidade do crime cometido. além de estarem extremamente sobrelotados, os centros não dispõem de condições sanitárias adequadas. Negam água e alimentação aos prisioneiros. a violência física, os abusos cometidos pelos funcionários e a proibição injustificada de visitas familiares foram outros factos observados. O acesso aos serviços médicos é muito restrito. Para obter uma consulta, os detidos precisam de aguardar várias semanas.
O grupo de Havard concluiu que o sistema penitenciário do Panamá necessita de mudanças profundas: Construir infra-estruturas adicionais, como o novo centro que se inaugurará em Julho de 2011, não resolverá as severas violações presentes no sistema actual. O Panamá deve reformar tanto as suas leis como as suas práticas para garantir o cumprimento do direito internacional. No estudo, recomendam que seja proibido disparar tiros contra adolescentes detidos, assim como o uso de gás lacrimogéneo. Pedem que seja garantido um número mínimo de funcionários, assim como o contacto com a família. Quanto à saúde, aconselham a construção de clínicas nos próprios centros.