«algo me leva a crer que, apesar dos imensos desafios que se colocam pela frente, estou no lugar certo», afirma João Nascimento, missionário da Consolata, natural de Chaves, em missão na Costa do Marfim
«algo me leva a crer que, apesar dos imensos desafios que se colocam pela frente, estou no lugar certo», afirma João Nascimento, missionário da Consolata, natural de Chaves, em missão na Costa do Marfimao levantar voo no dia 30 de Junho por volta das 18. 30 na air Itália, compreendia que um novo capítulo da minha vida começava, escreve João Nascimento, recém-chegado à Costa do Marfim, num email enviado à Fátima Missionária. a viagem, apesar de longa, não foi cansativa nem aborrecida. apesar da tristeza da separação, sentia-me como uma fonte a transbordar de gratidão por tudo quanto recebi ao longo de quase dois anos repartidos entre a Suíça e Portugal, garante. No aeroporto de abidjan, capital do país, esperava-o o padre Michel, de origem queniana.

No caminho para a missão de Grand Zatry, a cerca de 300 quilómetros da capital, o missionário da Consolata aproveitou para observar a confusão de algumas partes de abidjan que define como uma cidade grande onde se mistura a imponência de urbanística de estilo ocidental com a desordem e explosão de bairros populares. Jovens e crianças deambulavam de um lado para o outro, curiosos. Em muitas destas imagens revi situações anteriores de outras partes de África onde os traços comuns são assegurados: a concepção do tempo, o ritmo dos movimentos, a espontaneidade, a hospitalidade. De uma forma ou de outra, sentia-me em casa. À medida que avançávamos, fui captando as primeiras imagens de um país que quer novamente lançar as sementes da paz nos sulcos profundos de uma desordem social e política ainda em fase de rescaldo, conta o sacerdote.

a chegada a Grand Zatry deu-se entre risos alegres de crianças curiosas e ensaiados Bien venu, mon Pére! (em português: bem vindo, padre). Na missão, estão três padres africanos de nacionalidades diferentes. a grande maioria das pessoas que frequentam a paróquia é estrangeira e vieram dos países vizinhos à procura de trabalho. Nesta parte do país é perceptível o apreço que as pessoas sentem pelos missionários, afirma João Nascimento.

Os missionários da Consolata são 13, de sete nacionalidades diferentes. Sou o único português. É bom começar desta forma. Tenho plena consciência que a razão pela qual cheguei a este país está associada a um desígnio divino tal como a relação que me une a vós. ajudar as pessoas deste país, ensiná-las a ler ou curar as suas múltiplas feridas bem como aprender e receber delas será apenas a consequência desse espírito ou amor de Deus que me habita e me impele a ser solidário, escreve o missionário, que deverá trabalhar numa missão do norte do país, a 600 quilómetros de abidjan. acredito sinceramente que Deus é a força que nos une e nos santifica onde estamos e naquilo que fazemos. algo me leva a crer que, apesar dos imensos desafios que se colocam pela frente, estou no lugar certo, conclui.