anúncio torna-se um «imperativo no mundo hodierno que, apesar da sua originária matriz cristã, está muito longe de Cristo nos seus valores e nos seus horizontes de realização»
anúncio torna-se um «imperativo no mundo hodierno que, apesar da sua originária matriz cristã, está muito longe de Cristo nos seus valores e nos seus horizontes de realização» a minha missão no meio de vós passa fundamentalmente pelo anúncio, pelo descobrir juntamente convosco os caminhos da nova evangelização a que a Igreja tem dado tanto relevo, sobretudo nestas últimas décadas, e na qual quer investir tantos dos seus esforços no presente, afirmou o bispo de Coimbra na cerimónia de entrada na diocese. Virgílio antunes defende que é necessário um novo ardor porque a tarefa da Igreja está dificultada pela cultura ambiente e por um conjunto de preconceitos anti-cristãos.

Hoje, estamos num tempo em que continua a haver muita sede de Deus e de infinito, continua a perceber-se um grande vazio no coração e na vida das pessoas, mas procuram-se as soluções por outros caminhos, tentam preencher-se os vazios com outras realidades. assim, muito mais do que pela palavra, o anúncio tem de fazer-se por meio do testemunho.

É através da abertura ao mundo e aos outros, sem complexos nem temores, que se torna urgente ir ao encontro dos que estão adormecidos na sua fé, dos que perderam o sentido da existência em virtude da dureza das circunstâncias em que se encontram. Mas ir também ao encontro dos doentes, dos idosos e dos que sofrem calados a falta de esperança; dos pobres, dos desempregados, dos perdidos nos fossos cavados por si mesmos ou pela sociedade; dos jovens em quem morreu o optimismo próprio da juventude e que agora olham para o futuro com desconfiança, enumerou o novo bispo de Coimbra.

Esta acção da Igreja supõe uma fé profunda e esclarecida, defende Virgílio antunes. Uma fé viva e adulta que se alimenta na assembleia dominical, na catequese, nos momentos especiais de oração, de encontro e de festa, nos retiros espirituais. E que se constrói com actividades sérias, profundas, bem preparadas, adequadas aos diferentes tipos de pessoas e sempre impregnadas de uma forte dimensão espiritual.

Não só os presbíteros, mas também os fiéis leigos, são chamados a contribuir para a construção do mundo, segundo os critérios da fé e com Jesus Cristo como modelo, salientou o prelado. Este tempo pede-nos que não nos dispersemos com coisas acessórias, mas nos centremos no essencial, numa forte pastoral da fé e uma melhor organização da vida da comunidade diocesana e das comunidades paroquiais, defendeu.