a coligação NaRC, que governa o Quénia, está em perigo de se afundar num mar de corrupção, segundo embaixadores estrangeiros e das próprias Igrejas.
a coligação NaRC, que governa o Quénia, está em perigo de se afundar num mar de corrupção, segundo embaixadores estrangeiros e das próprias Igrejas. O alto comissário britânico no Quénia, Sir Edward Clay, alertou nestes dias para o facto de o governo da aliança Nacional da Coligação arco íris (NaRC), presidido por Mwai Kibaki, pouco ter feito para pôr fim à corrupção, de que já era famoso o governo presidido por arap Moi.
Edward Clay não hesita em apontar o dedo à Presidência da República e afirma que a corrupção, que ronda as centenas de milhões de dólares, é como que o vómito dos políticos sem escrúpulos nos sapatos dos países doadores de ajuda para o desenvolvimento.
a classe Política reagiu com escárnio e desprezo às declarações de Clay, considerando-o indigno do posto que ocupa. Porém, depressa juntaram-se a ele outros embaixadores, designadamente os da alemanha, Dinamarca, Finlândia e Suécia.
as Igrejas uniram-se ao coro de lamentações e descontentamento pela voz dos seus líderes, entre os quais o arcebispo católico John Njue, o arcebispo anglicano Benjamin Nzingi e o reverendo Mutara Musyimi, secretário geral do Conselho Nacional das Igrejas do Quénia.
O presidente Kibaki tem mantido o seu habitual silêncio, mas à medida que as eleições de 2007 se avizinham, e a prometida recuperação económica e social continua a ser uma miragem, algo de drástico terá que acontecer.
Na ânsia de ser eleito, Kibaki aceitou na coligação muitos políticos do anterior regime e deu-lhes lugares de destaque no governo. Foi uma tentativa perigosa de agradar a gregos e a troianos e os resultados estão à vista. Clay diz mesmo que é insensato estar a observar os leopardos que chacinam o rebanho na vã esperança que eles tomem juízo. Há que demitir sem demora e sem apelo os mestres da corrupção.
Estas notícias pouco abonatórias para o governo coincidem com o ressurgir político do Partido da oposição KaNU (União Nacional africana do Quénia), agora liderado por Uhuru Kenyatta, filho do carismático pai da independência e primeiro presidente do país, Jomo Kenyatta.
Infelizmente nesta, como em tantas outras intrigas políticas, são os pobres quem paga a factura. Os quenianos que vivem em miséria extrema estão em aumento não em diminuição.
tobiasoliveira@katamail.com