Não sou escritor profissional, nem sequer nato. Foi-me oferecida esta oportunidade de comunicar. Não sei quanto tempo estarei por aqui, mas queria iniciar um roteiro no humano. Eis o sentido do título.
Não sou escritor profissional, nem sequer nato. Foi-me oferecida esta oportunidade de comunicar. Não sei quanto tempo estarei por aqui, mas queria iniciar um roteiro no humano. Eis o sentido do título. Nesta minha primeira aparição, não quero dar uma notícia. Quero propor uma reflexão. Muito se falou, e ainda se fala, do maremoto na Ásia. até aprendemos uma palavra nova: tsunami.

Vimos profissionais, cujo trabalho é fazer do horror espectáculo; vimos os inteligentes entrar em acção para tirar proveito; mas também vimos as gentes de todo o mundo a mostrar o melhor de si.

Eis o sentido do segundo título. O nosso mundo é um gigantesco Mosaico. De sombras e luzes. De pequenas pedras coloridas e pedras negras. De bem e mal. De egoísmo e solidariedade. De ódio e amor. De comodismo e vontade de um mundo melhor.

as pedritas de um mosaico, olhadas e examinadas uma a uma, são de uma inutilidade e estupidez aniquilante. Vistas no seu conjunto, podem ser uma obra de arte de notável beleza. Esta é a realidade da nossa vida com os nossos pequenos gestos, que unidos a outros se podem tornar na obra-prima da fraternidade.

Há muitos anos vi um filme que tratava de um extraterrestre. Já não recordo o título, nem o actor; recordo somente uma frase de admiração dita pelo extraterrestre, cujo sentido era mais ou menos este: Nas situações piores os humanos são capazes de dar o melhor de si .

Esta frase realizou-se. Por um curto espaço de tempo, os olhos e os corações de todo o mundo contemplaram aquele concentrado de sofrimento humano e esqueceram outras urgências particulares. até os mais pobres, como Moçambique, encontraram a coragem de dar e partilhar. Por um curto espaço de tempo, vi um mundo melhor. Pena que seja necessário tanto horror para chamar a atenção e descongelar o nosso coração.

Como terão notado, sou um pessimista. Não sei se por natureza ou por escolha. Mas, em raras ocasiões, sou tentado a acreditar na possibilidade de um mundo, este mundo, muito melhor.