Resposta de José Policarpo sobre ordenação das mulheres a uma entrevista provocou «reacções várias e mesmo indignação». Cardeal esclarece o que quis dizer
Resposta de José Policarpo sobre ordenação das mulheres a uma entrevista provocou «reacções várias e mesmo indignação». Cardeal esclarece o que quis dizeras reacções a esta entrevista obrigaram-me a olhar para o tema com mais cuidado e verifiquei que, sobretudo por não ter tido na devida conta as últimas declarações do Magistério sobre o tema, dei azo a essas reacções. Sinto-me, assim, na obrigação de expor claramente o meu pensamento, vem agora afirmar o cardeal patriarca em comunicado, em resposta à entrevista dada à revista da Ordem dos advogados.

assim, o não conferir a mulheres o sacerdócio apostólico, através da ordenação sacerdotal, é uma tradição que radica no Novo Testamento, no próprio Jesus Cristo e na maneira como lançou as bases da Sua Igreja, explica. José Policarpo salienta que o lugar e a missão de Maria inspiram fortemente a Igreja, na complementaridade da missão. a contemplação de Nossa Senhora é importante para compreender o rosto feminino da Igreja.

E as mulheres, adianta o também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa têm um papel decisivo. Somos, assim, convidados a acatar o Magistério do Santo Padre, na humildade da nossa fé e continuarmos a aprofundar a relação do sacerdócio ministerial com a qualidade sacerdotal de todo o Povo de Deus e a descobrir a maneira feminina de construir a Igreja, no papel decisivo da missão das nossas irmãs mulheres, explica.

José Policarpo considera que a questão da ordenação de mulheres para o ministério do sacerdócio apostólico surge recentemente, sobretudo nos países ocidentais e explica-se pelos movimentos de promoção da mulher, que defendem, não apenas a sua dignidade, mas a sua igualdade de direitos e funções nas sociedades modernas. E aqui – refere o cardeal – os critérios teológicos da grande Tradição da Igreja são substituídos por critérios culturais e sociológicos.

a perda da consciência da dignidade sacerdotal de todos os membros da Igreja, reduzindo a expressão sacerdotal ao sacerdócio ordenado e a compreensão do sacerdócio ministerial como um direito e um poder são outros dos motivos apontados para a questão ganhar outra importância actualmente. a teologia séria, num primeiro momento, valorizou esta longa tradição da Igreja, mas não excluiu que se tratasse de uma questão aberta, na atenção que se deve prestar à actuação do Espírito Santo, na busca da expressão do mistério da Igreja nas realidades novas.