Salários mais justos, menos horas de trabalho, outro modelo de produção e um maior investimento na educação são algumas das reivindicações das vários movimentos que participam na mobilização que abrange 23 estados
Salários mais justos, menos horas de trabalho, outro modelo de produção e um maior investimento na educação são algumas das reivindicações das vários movimentos que participam na mobilização que abrange 23 estadosOrganizações exigem educação, alimento e trabalho decente no Brasil. Entre as entidades participantes encontram-se a Marcha Mundial das Mulheres e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. a mobilização nacional vai abranger 23 dos 26 estados do país. Os organizadores esperam que milhares de trabalhadores adiram à iniciativa que decorre hoje. Estamos a começar um novo governo, já está aí com seis meses, e esse é o momento de os movimentos irem para a rua, mostrar que estão mais vivos do que nunca e que querem conquistar direitos, afirma Sônia Coelho, militante de um dos movimentos. as organizações consideram que chegou o momento de reivindicar direitos sociais. O país está bem e é hora de melhorar a distribuição de riqueza por meio da educação, por exemplo, muito importante para gerar mais crescimento, explica a mesma, segundo a agência adital.

O trabalho decente é uma das principais exigências. Engloba o direito a uma remuneração equitativa, nomeadamente no caso das mulheres que recebem salários inferiores aos homens, e a redução do dia de trabalho, de 44 para 40 horas semanais, sem prejuízo no vencimento. No que respeita à educação, os manifestantes exigem que seja gasto 10 por cento do Produto Interno Bruto brasileiro no sector. a construção de mais creches é um dos requisitos, pois apenas 20 por cento das crianças beneficiam dessas estruturas o que restringe o acesso das mulheres ao mercado de trabalho.

a luta pela Reforma agrária é outra questão que a mobilização pretende realçar. Nós queremos outro modelo de produção, fortalecer a agricultura familiar, responsável por 70 por cento dos alimentos consumidos no país, mas sem os investimentos necessários, é inverter essa lógica que faz com que o agronegócio leve a maior parte dos investimentos, afirma Sônia Coelho. as organizações contestam também o uso de agrotóxicos que dizem prejudicar a saúde da população e enriquecer produtoras transnacionais. Segundo os mesmos, em 2009, o Brasil consumiu cerca de um bilhão de litros de agrotóxicos.