O Egipto vive um «momento de estagnação e expectativa»; receia-se que grupos fundamentalistas possam ter voz na reorganização da sociedade. Processos contra responsáveis pelos crimes cometidos durante a revolução não avançam
O Egipto vive um «momento de estagnação e expectativa»; receia-se que grupos fundamentalistas possam ter voz na reorganização da sociedade. Processos contra responsáveis pelos crimes cometidos durante a revolução não avançamMilhares de cidadãos manifestaram-se a 1 de Julho, na praça Tahrir, no Egipto, para exigir um melhor funcionamento da justiça. Os jovens da Praça Tahrir estão impacientes, porque acreditam que o governo esteja a inventar desculpas para atrasar os processos contra o ex-presidente Mubarak e a sua comitiva, incluindo o ex-ministro do Interior, considerado responsável pelos massacres cometidos no momento da revolução deste inverno, afirma Luciano Verdoscia, citado pela agência Fides. ao mesmo tempo, no entanto, são processados de forma directa os manifestantes que foram responsáveis por motins ou crimes menores, se não insignificantes, durante este período de transição. assim, parece que o governo militar usa a lei marcial para julgar estes casos, no que se refere às acusações contra representantes do antigo regime, os processos parecem ir muito devagar, explica o missionário comboniano, que vive e trabalha na capital, Cairo.

a manifestação foi pacífica, ao contrário do que sucedeu no último 28 de Junho quando cerca de mil pessoas ficaram feridas durante confrontos entre manifestantes e forças de segurança. O missionário lembra que é necessário ter em conta o contexto social do Egipto: Um momento de estagnação e expectativa. Confessa que há dúvidas sobre os últimos momentos: alguns dizem que no Egipto está em andamento uma verdadeira revolução e outros, são mais cépticos e acreditam que o país não esteja ainda pronto para votação. Mas, acrescenta: Nós vivemos de entusiasmo e mudança, com a perspectiva de dar vida a uma democracia madura e uma sociedade mais justa, e os medos da incerteza pelo perigo de que grupos fundamentalistas, que são os mais organizados, possam ter uma voz forte na reorganização da sociedade.