a palavra “crise” é pronunciada diariamente para definir a situação económica das pessoas e do país, mas perdeu-se o sentido proporcional das coisas. a verdadeira crise é a nossa falta de fé e esperança em Deus
a palavra “crise” é pronunciada diariamente para definir a situação económica das pessoas e do país, mas perdeu-se o sentido proporcional das coisas. a verdadeira crise é a nossa falta de fé e esperança em Deus a vida é algo que todo o ser humano recebeu de graça, não a pediu, mas foi-lhe concedida pelo Criador, quer ele acredite ou não. Uns nasceram ricos, outros pobres, mas vivemos todos no mesmo “barco” que é a sociedade actual. Portugal atravessa uma fase que poderemos considerar das mais difíceis da sua história milenar, dizem os historiadores, os analistas económicos e outros entendidos. O cidadão comum ouve, não compreende muito bem o porquê, mas é levado a concordar perante as dificuldades que sente e tem de ultrapassar, ou não, no dia-a-dia. É a eterna contradição: pode não ter contribuído para a situação, mas é chamado a resolvê-la através dos seus sacrifícios.

Recentemente o país pronunciou-se (aqueles que o fizeram, pois quase metade dos portugueses com esse direito optaram por se alhearem) da única forma que lhe é permitido fazê-lo: através do voto. Destas eleições saíram novos responsáveis para gerir Portugal, que entretanto já começaram a trabalhar. Têm um programa a cumprir, aquele que o Governo anterior assinou com as entidades europeias que vão financiar este país. Os governos dos últimos anos (desde a adesão de Portugal à UE) não cumpriram o seu dever de uma gestão séria e equilibrada, os resultados estão à vista: um país endividado e sem rumo à vista.

agora de pouco nos servem os lamentos, o mal está feito, há que seguir em frente e colaborar da forma que nos é exigida. Os desequilíbrios sociais são enormes e portanto é indispensável que o novo governo atenda a isso e encontre formas de atenuar as dificuldades que atingem sobretudo os mais carenciados. aqueles que menos têm não podem ser bodes expiatórios da incompetência de quem governa, daí a necessidade de dar um sentido social na gestão da nação lusa. a tarefa de reorganização das instituições são uma prioridade, quer seja na justiça, na educação, ou nos diversos sectores económicos e sociais.

Há ocasiões na vida em que devemos ter o bom senso de parar um pouco e reflectir. a situação económica do país é muito difícil e vai incidir ainda mais nas famílias, em cada um de nós. Não podemos ficar indiferentes a esta realidade, ao nosso lado há sempre alguém com mais carência que nós, é tempo de abrir o coração aos outros. Perante as dificuldades não deixemos que a revolta se instale, sejamos nós a luz da esperança para os que não a têm. Será bom não esquecer as palavras do Senhor: “Quem tiver duas túnicas, reparta-as com aquele que não tem, quem tiver o que comer, faça o mesmo (Lucas 3,11). É o sentido cristão do amor fraterno e a confiança no Senhor que nos deve servir de incentivo.