Bento XVI pediu «soluções concretas» para as pessoas que são atingidas pela «fome e a mal nutrição» em todo o mundo
Bento XVI pediu «soluções concretas» para as pessoas que são atingidas pela «fome e a mal nutrição» em todo o mundoComo podemos ficar calados diante do facto de o alimento se ter tornado objecto de especulação ou estar ligado ao andamento do mercado financeiro, que sem regras certas e pobre em princípios morais, parece estar ancorado ao objectivo do lucro?, perguntou o Papa. Na audiência aos participantes na 37a conferência da organização das Nações Unidas para a agricultura e alimentação (FaO), o Santo Padre defendeu que a alimentação é uma condição que afecta profundamente o direito à vida.

O Papa defendeu que tudo deve ser feito para para eliminar a pobreza, primeiro passo para livrar da fome milhões de homens, mulheres e crianças, ainda que em tempo de crise. O Santo Padre chamou ainda a atenção que, a pobreza, o subdesenvolvimento e, portanto, a fome são muitas vezes o resultado de atitudes egoístas que, partindo do coração do homem, se manifestam na sua atividade social, nas trocas económicas, nas condições de mercado.

No seu discurso, o bispo de Roma confirmou o empenho da Igreja católica em colaborar para responder às necessidades reais de tantos nossos irmãos e irmãs em humanidade. Para Bento XVI é preciso fazer da solidariedade um critério essencial de toda a acção política e estratégica, a fim de tornar a actividade internacional e as suas regras instrumentos de serviço efectivo em favor da família humana, sobretudo dos últimos.

O Pontífice saudou o novo director geral da FaO, o brasileiro José Graziano da Silva. E expressou votos que aquele organismo possa cada vez mais e melhor responder às expectativas dos seus Estados membros e dar soluções concretas a todos aqueles que sofrem por causa da fome e da má nutrição. O Santo Padre alertou ainda para a necessidade das gerações jovens trabalharem a terra de modo a obterem dali sustento.