Terra de missão? Uns dizem que sim, outros afirmam que não. Trabalhei em dois estados, os mais populosos e também os mais bem organizados: São Paulo e Paraná
Terra de missão? Uns dizem que sim, outros afirmam que não. Trabalhei em dois estados, os mais populosos e também os mais bem organizados: São Paulo e ParanáComparando os estados do Brasil uns com os outros, as diferenças são enormes. Não há um só Brasil; são vários. O Brasil real, olhado por dentro, no seu conjunto, é bem diferente do Brasil das estatísticas, visto de fora. Por tudo o que já vi e sei, considero o Brasil terra de missão. Trabalhei quinze e mais anos na área da formação de novos missionários. Nesses anos, os meus fins-de-semana eram dedicados à pastoral de conjunto. Foi um trabalho descontinuado, com muitos altos e baixos, masque me deu muita alegria. Tive sempre a impressão de ser bem acolhido e considerado. Nas muitas comunidades que servi, aparecia sempre alguémque vibrava com o meu sotaque, sobretudo os descendentes de portugueses. Foram muitas as manifestações de carinho e apreço, talvez atávico e saudoso, do país que foi a sua origem. Frutos saborososO trabalho de formação obrigou-me sempre a ler e a estudar a actualidade para prestar um serviço qualificado aos jovens que me eram confiados. Olhando para trás, hoje vejo com alegria que, além de ter sido um tempo muito rico para mim e que me ajudou, os frutos foram muitos e se multiplicaram. Diversos missionários, em cuja formação estive envolvido, são apóstolos activos em vários países do mundo. acompanho sempre essa presença, como se fosse um pouco de mim a estar envolvido com a actividade de cada um deles. Isso faz-me ser agradecido e orante a Deus. Nunca imaginei que uma vocação amadurecida já na idade adulta, como a minha, pudesse viver 33 anos de vida sacerdotal e consagrada à missão. apesar das mazelas, sinto que ainda tenho, diante de mim, caminho para percorrer. apoio à missãoPresentemente, o meu trabalho pode considerar-se de apoio à missão. Sou o coordenador da casa provincial dos Missionários da Consolata, em São Paulo. além das 20 pessoas permanentes que formam a comunidade religiosa, chegam continuamente a esta casa missionários vindos de todos os cantos do Brasil. Vêm para encontros, para tratar assuntos burocráticos ou para tratamento médico ou hospitalar e outras actividades. Dedico-lhes o meu tempo e a minha atenção para lhes proporcionar uma boa estada. a experiência que eles comunicam é óbvia: o Brasil é terra de missão. É uma Igreja irmã que carece muito de servidores qualificados para anunciar o evangelho de Jesus.