Um quinto da população da faixa etária entre os cinco e 14 anos são crianças vítimas do trabalho infantil, revela um estudo de um perito sobre direitos da infância
Um quinto da população da faixa etária entre os cinco e 14 anos são crianças vítimas do trabalho infantil, revela um estudo de um perito sobre direitos da infânciaEngraxam sapatos em La Paz, fazem de revisores nos autocarros de Cochabamba, vendem água aos turistas nos mercados de Salar de Uyuni e tantas outras tarefas que as impedem de viver o seu tempo de infância. O drama do trabalho infantil é descrito num livro, Diversidade em Movimento – Experiências de participação infantil para construir um novo projecto emancipador e descolonizador a partir dos sectores da infância indígena e popular da região andina. É seu autor Cristiano Morsolin, perito em direitos da infância e que vive na américa Latina desde 2001.

Durante a apresentação do volume em La Paz, Javier Herran, reitor da Universidade Salesiana de Cuenca, Equador, garantiu que as crianças são os novos actores de uma emancipação que procura a afirmação cultural, a valorização dos saberes locais, para construir uma nova sociedade que não discrimina, mas inclui.

Muitas destas crianças trabalham para ajudar as famílias e para poder estudar. Já desde os anos 90 associaram-se numa rede conhecida como NaTs – Crianças e adolescentes Trabalhadores, na sigla espanhola. alem da Bolívia, a associação já está presente em outras partes do mundo, reivindicando o direito a um trabalho digno, com horários e condições de saúde adequadas, assim como a possibilidade de estudar e brincar. Na Bolívia, a organização conta com mais de cinco mil crianças aderentes.